Vários estudos internacionais atestam que existe um preconceito muito forte em relação às pessoas obesas. Começa na escola, em que os meninos gordos não são escolhidos para companheiros de brincadeira, continua na adolescência com a rejeição enquanto parceiro de namoro e até no mercado de trabalho são relegados para último plano.
Neste vídeo, em exclusivo para a VISÃO, Carlos Oliveira, presidente da Associação de Obesos e ex-Obesos, relato casos de estigma visual muito forte: “É como ter um rótulo na testa”. Por mais competente que seja, diz, põem um candidato de lado num concurso de emprego, só por ser gordo. Conta o caso drástico de um teste americano feito a meio milhar de jovens casadouras, que perante a escolha de um candidato a noivo, entre um indivíduo agressivo ou cadastrado e um gordo, preferem o violento ao gordo.
Na sessão de terapia de grupo do Hospital de Santa Maria, destinado a pessoas antes ou depois da cirurgia bariatrica, Elisabete Porto confirma a humilhação que é sentir-se rejeitada, vezes sem conta, em entrevistas de emprego só por causa do seu aspeto físico: ” é degradante”.
Psicóloga e terapeuta nessas sessões, Maria João Fagundes já se deparou com vários casos semelhantes: pessoas a quem é negado o emprego por serem gordas. Nesta sociedade, diz, há uma série de características de caráter negativas associadas às pessoas obesas: acha-se que são preguiçosas e desleixadas. A isto chama-se preconceito.
Na próxima experiência social do programa E se Fosse Consigo? uma mãe humilha uma filha em público, dissuadindo-a de participar numa aula de ginástica na praia. A filha queixa-se, ela está a embaraçá-la perante toda a gente. A mãe responde: “Tu é que me envergonhas todos os dias com esse corpo”. Face a esta situação flagrante de humilhação pública, como vão as pessoas que assistem reagir: riem-se, ignoram, ou indignam-se intervindo?