Segundo Mohammed Zaqout, um responsável do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, à agência de notícias France-Presse, foram registadas “mais de 330 mortes, a maioria crianças e mulheres palestinianas, e centenas de feridos, dezenas dos quais estão em estado crítico”.
A Faixa de Gaza foi palco, esta manhã, de nova vaga de ataques aéreos do exército israelita, com Telavive a anunciar que retomou os combates e que estes são para manter até que todos os reféns ainda retidos pelo movimento islamita palestiniano sejam libertados. Em comunicado, o ministro Israel Katz anunciou que “as portas do inferno se abrirão em Gaza” se os reféns não forem libertados. O Hamas, por sua vez, já avisou que os novos ataques violam o cessar-fogo e colocam em risco o destino dos quase 60 reféns. Os ataques ocorreram dois meses após ter sido alcançado um cessar-fogo para interromper a guerra. Ao longo de seis semanas, o Hamas libertou cerca de três dezenas de reféns em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos.
De acordo com a agência de notícias palestiniana Sanad, ligada ao Hamas, dezenas de pessoas foram mortas em ataques na cidade de Khan Yunis, incluindo membros de duas famílias que estavam nas suas casas quando foram bombardeadas pelo exército israelita.
Além dos ataques aéreos, foram também registados disparos de tanques na mesma cidade, no sul da Faixa de Gaza, indica a mesma fonte.
Relatos dos meios de comunicação palestinianos mencionam o vice-diretor do Ministério do Interior do Hamas, general Mahmoud Abu Watfa, como uma das vítimas mortais.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que ordenou os ataques devido à falta de progressos nas negociações em curso para prolongar o cessar-fogo. “Isto aconteceu depois de o Hamas se ter recusado repetidamente a libertar os nossos reféns e ter rejeitado todas as ofertas que recebeu do enviado presidencial dos EUA, Steve Witkoff, e dos mediadores”, afirmou o gabinete de Netanyahu.
Um dirigente do Hamas já garantiu que a decisão do primeiro-ministro israelita equivale a uma “sentença de morte” para os restantes reféns.