1. Alberto Giacometti – Peter Lindbergh: Capturar o Invisível, Porto
Pioneiro do realismo na fotografia de moda e fascinado pela obra de Alberto Giacometti, o alemão Peter Lindbergh (1944-2019) foi convidado, em 2017, para fotografar o depósito da Fundação Giacometti. Do convite, resultaram dezenas de fotografias de grande formato, onde se observam pormenores das esculturas de Giacometti impossíveis de captar a olho nu – como o caso das que retratam o rosto de Annette Arm, mulher do artista suíço e uma das suas modelos –, agora expostas no Museu da Misericórdia do Porto. A exposição, com 110 obras originais – entre fotografias, a preto e branco, de Peter Lindbergh, e bronzes e desenhos do escultor suíço Alberto Giacometti (1901-1966) –, é apresentada pela primeira vez em Portugal depois de ter estado na Fundação Giacometti, em Paris. Lindbergh – conhecido pelas suas fotografias das modelos Naomi Campbell, Cindy Crawford, Linda Evangelista, Christy Turlington…–, chegou a visitar o Museu da Misericórdia, em abril de 2019, para a preparação desta exposição. Acabaria por falecer meses depois, em setembro de 2019. F.A. Museu da Misericórdia do Porto > R. das Flores, 15 > T. 22 090 6960 > 15 abr-24 set, ter-sex 10h-18h30, sáb-dom 10h-13h > €10 (inclui copo de vinho do Porto no Rooftop Flores)
2. Jorge Molder: Obras da Coleção de Serralves, Porto
Na Biblioteca de Serralves, a exposição dedicada a Jorge Molder reúne uma seleção de obras a partir de um conjunto mais alargado existente no acervo da fundação. Com uma ampla obra fotográfica, maioritariamente, ligada à autorrepresentação, Molder capta o rosto, as mãos, o corpo inteiro, para criar duplos em representação de si próprio, sugerindo uma nova história. “A vida e a sua natureza incerta e imprevisível, o quotidiano, as referências culturais do artista provenientes da literatura, do cinema, da música ou da história da arte são basilares na sua obra, na medida em que podem constituir o ponto a partir do qual é possível derivar e construir algo”, pode ler-se na folha de sala. Em Jorge Molder: Obras da Coleção de Serralves, além de obras do artista encontram-se referências bibliográficas propostas pelo próprio, disponíveis para consulta, bem como alguns dos seus livros e catálogos de exposições. Museu de Serralves > R. Dom João de Castro, 210, Porto > até 3 out, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-13h >
3. TOM – Todo o Desenho Possível, Matosinhos
A exposição dedicada ao artista gráfico luso-brasileiro Thomaz de Mello (ou TOM, o seu nome artístico), recorda uma das referências na ilustração, banda desenhada e publicidade dos anos 20 aos 90 do século XX, através de ilustrações originais, publicações, figuras etnográficas, material gráfico e fotográfico. Com curadoria de Jorge Silva, esta mostra surge na sequência da exposição Os Bonecos de TOM, apresentada na Festa Ilustração Setúbal 2020, e é organizada em parceria pelas câmaras municipais de Matosinhos e de Setúbal, além da Esad-ideia, Investigação em Design e Arte. F.A. Casa do Design > Edifício Paços do Concelho, R. Alfredo Cunha, Matosinhos > T. 22 939 2470 > até 16 mai, seg-sex 9h-12h30, 14h-17h30, sáb-dom 10h-13h > grátis
4. Arquigrafias. Guido Guidi e Álvaro Siza, Matosinhos
Em Matosinhos, a Casa da Arquitetura reabre neste sábado, 17, com uma exposição de fotografia do italiano Guido Guidi sobre obras de Álvaro Siza. Com curadoria de Paula Pinto e Joaquim Moreno, Arquigrafias. Guido Guidi e Álvaro Siza reúne oito projetos do arquiteto em Lisboa, Porto e Matosinhos, captados em 97 imagens. Uma seleção onde figuram o Plano de Reconstrução do Chiado; o Entorno do Convento do Carmo; a Reabilitação da Associação 25 de Abril; a intervenção, na década de 70, no Bairro São Victor e da Bouça, no âmbito do projeto SAAL – Serviço de Apoio Ambulatório Local; a Piscina das Marés, a Casa de Chá da Boa Nova e o Atelier-Museu Júlio Pomar. Trata-se de “um diálogo entre a obra fotográfica e a obra arquitetónica” que revela “um encontro singular entre duas figuras ímpares nos seus campos de trabalho”, pode ler-se na apresentação. Neste tributo, além de dar atenção à relação que Álvaro Siza Vieira cria “com a luz, com os corpos e o passar do tempo”, o fotógrafo capta “as relações íntimas ou quase invisíveis” entre as suas obras. Casa da Arquitetura > Av. Menéres, 456, Matosinhos > T. 22 766 9300 > até 3 out, ter-sex 10h-18h, sáb-dom e fer 10h-13h > €4, até 12 anos grátis
5. Situação 21, Porto
Pela primeira vez, seis galerias de arte do Porto uniram forças para criar um projeto colaborativo, comissariado por Miguel von Hafe Pérez. O crítico e curador, por sua vez, selecionou seis curadores, um por galeria, com o objetivo de criar momentos com futuro, o mesmo é dizer, exposições que contassem o percurso das galerias, como agentes culturais de referência e protagonistas, em diálogo com outros artistas e formas de expressão. Neste primeiro momento, designado por Situação 21, apresentam-se “histórias com amanhã” para “uma cartografia solidária da relevância das galerias do Porto”. Segundo Miguel von Hafe Pérez, além de “produtores culturais que envolvem uma miríade de profissionais na sua atividade”, as galerias “são motores de uma economia local e nacional que está por detrás da simples exibição de obras de arte”. “Funcionam como elemento central na pedagogia continuada da arte contemporânea”, sublinha.
Até 5 de junho, na Galeria Fernando Santos, pode ver-se Contemporâneos Extemporâneos, com curadoria de Andreia Garcia; na Galeria Nuno Centeno, está Os conviventes, com curadoria de Pedro de Llano; na Galeria Pedro Oliveira encontra-se We Want Electricity, com curadoria de Susana Lourenço Marques; na Galeria Presença mostram-se Pontas duplas / Split ends, com curadoria de Aida Castro; na Galeria Quadrado Azul expõe-se Ária do encanto – uma flor que talvez não distinga o céu e a terra, com curadoria de Luís Pinto Nunes e Luís Albuquerque Pinho; e, por último, na Kubikgallery há Uteropias, com curadoria de Samuel Silva. Galeria Fernando Santos > R. Miguel Bombarda, 526, Porto > T. 22 606 1090 > seg e sáb 15h-19h30, ter-sex 10h-12h30, 15h-19h30 > Galeria Nuno Centeno > R. da Alegria, 598, Porto > T. 93 686 6492 > ter-sex 15h-19h > Galeria Pedro Oliveira > Calçada de Monchique, 3, Porto > T. 91 849 4794 > seg-sex 15h-20h > Galeria Presença > R. Miguel Bombarda, 570, Porto > T. 22 400 5050 > ter-sex 10h-12h30, 15h-19h > Galeria Quadrado Azul > R. Miguel Bombarda 553, Porto > T. 22 609 73 13 > seg-sex 15h-19h > Kubikgallery > R. da Restauração, 10, Porto > T. 22 609 0706 > seg-sex 15h-19h > até 5 jun > grátis
6. Susa Monteiro, Porto
Na Rua Miguel Bombarda, a Ó!Galeria voltou a abrir portas, após vários meses onde a sua presença, apesar de ativa, esteve limitada às redes sociais e página/loja online. Até 6 de maio, expõe 42 Minutos À Espera Num Cruzamento De Terra Batida, de Susa Monteiro, também disponível online. Trata-se da terceira mostra individual da ilustradora, nascida em Beja, na galeria do Porto. Desta vez, Susa Monteiro expõe os seus trabalhos mais recentes: 15 pinturas em pequeno formato, em guache e acrílico sobre papel, inspiradas na viagem de carro que fez através dos Estados Unidos da América e na cultura popular daquele pais. Neles, podemos ver paisagens, hotéis a beira da estrada, personagens solitárias e enigmáticas, cavalos, cobras, extraterrestres… Diz a artista, sobre a exposição: “Cada imagem conta uma historia de amor ou de violência. Uma historia que não e possível desvendar. Apenas observar, ao longe”. I.B. O! Galeria > R. Miguel Bombarda, 61, Porto > T. 93 055 8047 > até 6 mai, seg-sex 13h-19h, sáb 10h-13h > grátis
7. 110 rostos de uma Luta, Porto
Em cinco estações de Metro do Porto, até ao final de maio, encontram-se retratos de profissionais do Hospital São João. A exposição fotográfica está integrada no projeto 110 rostos de uma Luta, de Marcus Garcia, fotógrafo e autor de diversas obras na área do retrato. O projeto surgiu, diz Marcus, “da vontade de consciencializar a população para o esforço realizado pelos colaboradores do São João na luta contra a pandemia.” Neste ato de retratar, Marcus procura “mostrar à comunidade a intensidade do olhar e dos rostos daqueles que, corajosamente, estiveram na linha da frente do combate à Covid-19.” A ideia surgiu a partir da criação de um registo fotográfico de caras e breves testemunhos de mais de uma centena de colaboradores que representam a luta dos profissionais, na defesa do Serviço Nacional de Saúde e da população, que agora se podem observar nas estações de metro do Bolhão, Aliados, Faria Guimarães, Marquês e Combatentes. Marcus Garcia pretende perpetuar esta homenagem através de uma exposição itinerante e da edição de um livro. Estações de Metro do Bolhão, Aliados, Faria Guimarães, Marquês e Combatentes, Porto > até 31 mai > grátis
8. 25 Anos Depois, Matosinhos
Em Matosinhos, a exposição 25 Anos Depois propõe uma retrospetiva sobre as aquisições de arte das últimas décadas. Dividida por três lugares do município, é apresentada como a primeira mostra de arte no País a permitir a observação com recurso à realidade aumentada. Para isso, o visitante terá de instalar uma aplicação multimédia, apontar o ecrã para a obra e surgirá de imediato informação, em áudio, do respetivo trabalho e do artista. Assim, a exposição, que integra uma centena de obras, incluindo escultura pública, desenvolve-se a partir do Museu da Quinta de Santiago, contemplando as cavalariças da Quinta de Villa Franca, antigo atelier da escultora Irene Vilar, e incluindo o legado que a artista doou à autarquia. Já na Galeria Municipal, a seleção recai sobre obras contemporâneas de Armanda Passos e Sobral Centeno, entre outros, e peças dos quatros simpósios de pintura ali realizados. Ao lado, no Edifício dos Paços do Concelho, mostram-se as memórias, as paisagens, os costumes e as atividades económicas em obras de artistas como Augusto Gomes, António Carneiro, John Sargent, Júlio Resende, José Emídio e Rui Anahory. Galeria Municipal > Av. Dom Afonso Henriques, Matosinhos > T. 22 939 0900 > seg-sex 9h-12h30, 14h-17h30, sáb-dom e fer 10h-13h > Edifício dos Paços do Concelho > seg-sex 9h-12h30, 14h-17h30, sáb-dom e fer 10h-13h > Museu Quinta de Santiago > R. Vila Franca, 134, Leça da Palmeira > ter-sex 10h-13h, 15h-18h, sáb-dom e fer 10h-13h > até 6 jun > grátis
9. Mês da Arquitetura da Maia
Aproveitando a recente celebração dos 500 anos do Foral da Maia, a exposição Mês da Arquitetura da Maia 2021 espalha-se pelas galerias do Fórum para mostrar a construção desta cidade, em particular do seu núcleo central. São 17 os projetos referenciados através de fotografias e maquetes, num conjunto de obras que explicam ou, pelo menos, testemunham “alguns dos principais processos de transformação urbana ocorrida, em particular, nos últimos sessenta anos”, pode ler-se no comunicado. Entre as obras selecionadas encontram-se os Paços do Concelho, a Torre Lidador, o Fórum e, da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura, a Praça Doutor José Vieira de Carvalho. Uma leitura para memória futura para ver até 16 maio, no âmbito do Mês da Arquitetura, uma iniciativa municipal, comissariada pelos arquitetos Nuno Antunes Lopes e Sérgio Amorim. Galerias do Fórum da Maia > R. Eng. Duarte Pacheco, 131, Maia > T. 22 940 8643 > até 16 mai, ter-sex 10h-22h, sáb 10h-13h > grátis
10. Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Gaia
À quarta edição, a Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Gaia, que abre ao público nesta segunda, 19, assume-se como uma iniciativa de causas que interpela a sociedade a refletir sobre questões relacionados com a pandemia e as problemáticas sociais. Com 13 exposições, a envolver mais de 500 artistas, de 17 nacionalidades, espalhadas por uma área de 6 mil metros quadrados, a Bienal cresce a cada nova edição. Este ano, a antiga Companhia de Fiação de Crestuma volta ser o polo principal, onde estará Novos Orientes, de Álvaro Siza e Carlos Castanheira. Com curadoria de Manuel Novaes Cabral, a exposição mostra o projeto MoAE – Museum of Art Education (Museu de Arte e Educação), localizado ao longo da margem do Lago Donqian, na cidade de Ningbo, na China, que venceu o Prémio Archdaily para Edifício do ano 2021, na categoria de Arquitetura Cultural.
A não perder são também as exposições antológicas de Albuquerque Mendes, intitulada Eu, Albuquerque Mendes – Obras na Coleção de Serralves, com curadoria de Paula Pinto, e do escultor Paulo Neves, com curadoria de Manuela Hobler. Referência ainda para A Democracia é uma obrigação de todos os dias, uma mostra com curadoria do escritor Valter Hugo Mãe que reúne trabalhos de 25 artistas plásticos e 25 escritores. “A Bienal acontece num ano desafiante, em que os artistas são chamados a expressar emoções e reações à pandemia, ao confinamento, ao impacto do coronavírus”, sublinha o diretor Agostinho Santos. “A vida mudou, o mundo parou, mas a arte não deixou de acontecer, de expressar, de reagir.” E a prova está nesta que é a maior edição da Bienal de Vila Nova de Gaia. Companhia de Fiação de Crestuma > Lever, Vila Nova de Gaia > 19 abr-20 jul, ter-dom 14h30-18h
11. Nas Margens da Ficção, Guimarães
O Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) reabre ao público com um novo programa artístico intitulado Nas Margens da Ficção, com curadoria de Marta Mestre. Nele, reúnem-se oito exposições inéditas com a participação de artistas de origens diversas a oferecer outros diálogos com a coleção permanente da instituição. Numa abordagem sobre o fazer ficcional da arte, reativam-se o contar e o narrar, convocando formas de conhecimento já pouco usadas como tradições orais, construções mitológicas e fábulas. São ideias a explorar ao longo dos próximos três meses, em ciclos de exposições e programas públicos com visitas, conversas, debates, sessões de cinema e performances. Neste primeiro momento, podem ver-se as exposições Cosmic Tones, de Francisca Carvalho, que apresenta um conjunto de desenhos a pastel “de índole visceral, musical e futurista”; Pasado, do mexicano Rodrigo Hernández; e Quarto Blindado, de Fernão Cruz, que “destrói e constrói memórias de infância” através de uma instalação de grandes dimensões. Centro Internacional das Artes José de Guimarães > Av. Conde de Margaride, 175, Guimarães > T. 253 424 715 > até 5 set, seg-sex 10h-17h, sáb-dom 11h-13h> €4