Anda há 12 anos na sua “vida de merceeira”, como lhe chama. Catarina Portas fundou A Vida Portuguesa em maio de 2007 e tornou-se numa embaixadora dos produtos tradicionais portugueses. Alguns estavam desaparecidos e a empresária recuperou-os, outros ganharam uma nova montra virada para o mundo. Já com cinco lojas, quatro em Lisboa e uma no Porto, Catarina tem mais de 300 fornecedores, muitos deles fábricas nacionais que conhece como ninguém. Por isso, quando foi convidada pela RTP para fazer um programa sobre fábricas antigas, não hesitou e aliou-se à produtora Até ao Fim do Mundo.
Fabrico Nacional, que se estreia esta quinta -feira, 18, logo após o Telejornal, terá 16 programas, de 25 minutos cada, divididos em duas séries de oito (retoma em setembro). “Fazemos a cobertura do tecido industrial português, de tudo o que sejam fábricas com histórias para contar, para mostrar como as coisas são cíclicas até no consumo. Para um consumo mais inteligente é interessante perceber onde é que as coisas são feitas”, diz Catarina Portas. “São fábricas que foram obrigadas a evoluir, tanto por vicissitudes da história como por mudanças de hábitos de consumo. Por outro lado, muitas delas conservaram o lado de manufatura.”
A empresária visitou fábricas com milhares de funcionários, como a do papel higiénico Renova, e outras com 30 trabalhadores, como a das mantas alentejanas de Reguengos de Monsaraz, que está, há 40 anos, nas mãos da holandesa Mizette Nielsen. No primeiro episódio, viajamos até aos Açores, à centenária Fábrica de Chá Gorreana, em S. Miguel, que teve um papel fundamental na comunidade local, com a apanha manual das folhas feita por mulheres, o que lhes deu alguma independência.
A história da Arcádia, confeitaria artesanal do Porto, por exemplo, explica a evolução dos hábitos de consumo dos portugueses. Já a pasta dentífrica Couto, contra todas as probabilidades de existir num mercado dominado pelas multinacionais, vende-se em lojas de comércio local mas também na exclusiva e sofisticada Liberty em Londres. A perfumaria da Claus Porto/Ach Brito, os lápis Viarco, a cerâmica Bordallo Pinheiro e as Bolachas Paupério são outras das visitas guiadas pela nossa história mais recente.
A empresária e ex-jornalista Catarina Portas regressa à televisão 17 anos depois de ter apresentado na SIC, No Sofá Vermelho, três minutos sobre leitura, em horário nobre. Antes, nos anos 1990, foi uma presença regular na RTP1, onde fez Onda Curta, Falatório, Raios e Coriscos e Frou Frou.
Fabrico Nacional > estreia 18 mai, qui 21h