A cultura e a literatura estão de regresso aos jardins junto ao Marquês de Pombal. A partir desta quinta, 26, e até 12 de setembro, a Feira do Livro de Lisboa volta a ocupar o Parque Eduardo VII, numa edição que promete quebrar recordes (esta será a “segunda maior edição da história”, apenas superada pela de 2019, destaca a organização), e mostrar como os livreiros e editores se reinventaram na sua missão de reunir gerações através dos livros.
A 91ª edição da Feira do Livro de Lisboa conta com 744 marcas editoriais, entre 131 expositores, distribuídos por 325 pavilhões. “A grande mais-valia deste ano é a grande diversidade cultural que conseguimos trazer até ao Parque Eduardo VII, numa edição que continua adaptada à pandemia. Todos aprendemos com a Feira do ano passado, a primeira em contexto pandémico, e temos a certeza que esta edição vai corresponder a todas as expectativas ao tornar-se um ponto de encontro entre autores, editores e leitores”, diz Pedro Sobral, vice-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), responsável pela organização da feira.
A par das habituais sessões de autógrafos e venda de livros – que, este ano, conta com 24 novas presenças face a 2020, como os regressos da Plátano Editora e da editora da Universidade Católica Portuguesa –, o programa deste ano volta a incluir uma série de iniciativas da responsabilidade da BLX, a rede de bibliotecas municipais da cidade. Com foco na história da capital e no seu património cultural, os destaques deste ano – a par de tertúlias, apresentações de livros, clubes de leitura, histórias contadas ao vivo e leituras encenadas – vão para as atividades organizadas a pensar nos mais novos e nos seus hábitos de leitura.
No dia 3 de setembro, a atleta olímpica Patrícia Mamona vai estar à conversa com os futebolistas Tarantini e Francisco Geraldes no ciclo “Atletas Convidam à Leitura”. Neste encontro, fruto da parceria entre a BLX e a Lisboa Capital Europeia do Desporto 2021, os desportistas vão realçar não só a importância da prática desportiva, como também apresentar sugestões e dicas para aqueles que estejam a dar os primeiros passos enquanto leitores.
Apesar de não ser necessária a apresentação de certificado digital ou de teste negativo à entrada, a Feira do Livro de Lisboa conta com lotação máxima – este ano, fixada em 5 500 pessoas (mais duas mil que em 2020) – e é obrigatório o uso de máscara. Todas as atividades são realizadas ao ar livre, entre três auditórios criados para o efeito, sendo recomendada, para todas as iniciativas, a inscrição prévia junto das editoras.
Tal como no ano passado, a organização reduziu o número de espaços de restauração e eliminou os lugares sentados nas praças (com exceção para os referidos auditórios). Na Feira, haverá um parque extra para quem for de bicicleta e quem levar o animal de estimação, poderá deixá-lo num espaço próprio, o RefresCão.
A Hora H mantém-se, com descontos mínimos de 50% em livros lançados há mais de 18 meses, de segunda a quinta-feira, entre as 21h e as 22 horas, a última hora da Feira.
Durante a feira, serão oferecidos aos visitantes 30 mil sacos de papel reutilizáveis para transportar os livros
De regresso está também o ciclo de cinco debates da Fundação Francisco Manuel dos Santos que, tomando como ponto de partida os livros recentemente publicados pela fundação, vai levar temas da atualidade até ao Auditório Sul no recinto da Feira. Neste sábado, 28, o mote está nas eleições autárquicas do próximo mês de outubro. A partir das 19 horas, e durante 40 minutos, António Cândido de Oliveira, autor de Democracia Local em Portugal, e Carlos Jalali (politólogo) vão discutir, sob moderação do jornalista Luís Rosa, os prós e os contras da democracia e do poder locais.
Já em setembro, no último dia da feira (12 set, dom, 19h-19h40), é de biodiversidade que se vai falar no Parque Eduardo VII. A partir do livro Riscos Globais e Biodiversidade, a autora Maria Amélia Martins-Loução vai estar à conversa com a geógrafa Maria José Roxo e com o jornalista José Vítor Malheiros sobre as possibilidades que ainda temos para inverter as atuais alterações climáticas profundas. Todos os debates vão ser transmitidos em direto no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde ficarão posteriormente disponíveis em streaming.
Durante as quase três semanas em que a Feira do Livro vai ocupar a zona central do parque, decorrerá a iniciativa “Doe os seus Livros”, uma parceria entre a APEL e o Banco de Bens Doados da Entrajuda. Junto à entrada sul do recinto, vai estar um posto de doação de livros, desde manuais escolares até ficção internacional, que redirecionará posteriormente os exemplares recebidos para instituições de solidariedade social. As obras em mau estado de conservação que cheguem às mãos dos voluntários da Entrajuda serão enviadas para o Banco Alimentar, no âmbito do programa “Papel por Alimentos”, que converte todo o papel recolhido em produtos alimentares, a distribuir por famílias carenciadas.
Feira do Livro de Lisboa > Parque Eduardo VII, Lisboa > 26 ago–12 set, seg-qui 12h30-22h, sex 12h30-24h, sáb 11h-24h, dom 11h-22h > feiradolivrodelisboa.pt