Nova fase da crise climática “crítica e imprevisível”, à beira de um “desastre climático irreversível”, “condições climáticas nunca testemunhadas por nós ou pelos nossos antepassados”. Um relatório sobre o estado clima publicado esta terça-feira na BioScience apresenta como dado certo que “estamos à beira de um desastre climático irreversível” e que o que estamos a viver agora é, “sem qualquer dúvida, uma emergência global”. Os cientistas garantem mesmo que grande parte da estrutura da vida na Terra está em perigo.
Apesar dos avisos e das consequências que foi possível prever no último meio século, as emissões de combustíveis fósseis aumentaram para “um recorde histórico”, referem os investigadores do consórcio internacional liderado pela Universidade de Oregon, que alertam que o agravamento dos sinais vitais da Terra indica uma nova fase “crítica e imprevisível” da crise climática, que precisa de uma ação decisiva e rápida. Em 35 sinais vitais monitorizados anualmente pela equipa, 25 estão em níveis recorde.
Os três dias mais quentes ocorreram em julho deste ano e que as atuais políticas, dizem, estão a conduzir a Terra a um pico de aquecimento de aproximadamente 2,7 graus Celsius até 2100. “Tragicamente, estamos a falhar em evitar impactos sérios (…) Trouxemos o planeta a condições climáticas nunca testemunhadas por nós ou pelos nossos antepassados”, alertaram.
A equipa liderada por William Ripple, da Universidade de Oregon, identifica as áreas em que são necessárias mudanças: energia, poluentes, natureza, alimentação e economia. Segundo Ripple, uma grande parte da própria estrutura da vida no planeta está em perigo: “Já estamos no meio de uma convulsão climática abrupta, que põe em risco a vida na Terra de uma forma nunca vista pelos humanos.”