O cargo de Presidente do Conselho Europeu é uma honra que António Costa merece. Embora não estivesse previsto ou agendado, estava nos astros. A conjugação para que o mais alto cargo da União Europeia seja exercido por um português, ex-primeiro-ministro, deve orgulhar-nos. É justo.
António Costa possui uma experiência que poucos podem invocar, com exceção de Cavaco Silva. Ao longo dos últimos oito anos, construiu uma imagem, verdadeira diga-se, de um político seguro, experiente e, acima de tudo, prático e eficaz. A União Europeia sai a ganhar com esta escolha.
Não importa a família política à qual pertence no quadro do Parlamento Europeu. O prestígio conquistado junto de todos os outros chefes de Estado e de Governo que constituem o Conselho é o mais relevante. E ele mantém uma excelente relação com a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que exercerá mais um mandato.
A Europa enfrenta uma grande instabilidade política, com o crescimento dos partidos populistas, e está sob pressão devido à ajuda que presta à Ucrânia. Putin celebra as vitórias extremistas que já ocorreram e as que estão por vir. A União Europeia está obrigada a ter um Presidente do Conselho e uma Comissão fortes e unidos, que não podem vacilar perante as pressões alimentadas por Moscovo. Não será uma tarefa fácil, mas António Costa sabe como lidar com crises.
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