Reconheci-o logo, ainda que nunca antes o tivesse visto, enquanto avançava na minha direção, em passadas elásticas e firmes, atento aos ataques dos vendedores furtivos, aos veículos em contramão, aos feirantes, aos polícias, aos carteiristas, aos manifestantes, à turba ruidosa e colorida que cruzava as praças e as ruas, corria aos saltos pelos passeios, e se aglomerava em densos cachos à sombra dos velhos prédios coloniais.
– O senhor é o Jerónimo, certo? – perguntou enquanto me estendia a mão, num aperto vigoroso e demorado. – E claro que não se chama Jerónimo. Há muitos anos que ninguém dá esse nome a um filho.