Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
A minha ideia é que todos os cidadãos portugueses tenham as ferramentas para uma vida plena de participação cultural, independentemente de quem são e do lugar onde vivem.
Isto é importante porque Portugal é um País com muitas assimetrias sociais, geográficas, demográficas e, sendo um valor fundamental para a defesa da democracia e para o exercício da cidadania de cada um, a oferta cultural não está ao alcance de todos da mesma forma. Quem vive nas principais cidades ainda tem muito mais oportunidades do que quem vive longe dos principais centros urbanos. A democracia defende-se através dos cidadãos, e não há cidadania sem participação cultural.
Portugal é um País com muitos génios, com muita oferta, mas essa oferta não é igual em todo o País. É possível concretizar isto porque, acreditem, alguns dos concertos mais incríveis que fiz foram em aldeias perdidas por esse País fora. Portugal é um país lindo, com pessoas lindas. Por isso, se as instituições o permitirem, e os artistas o quiserem, nós conseguimos de facto chegar a todos. E aí, os últimos serão os primeiros.
É possível implementar esta ideia porque temos, desde cedo, gerações de artistas com muito talento, em quantidade, com formação e com muita vontade de espalhar o seu trabalho por todo o País, colocando-o ao alcance de todos. Para isso, é preciso apenas que as instituições o permitam. De aldeia em aldeia, não vai ficar um único lugar por abraçar por parte de artistas e de todos aqueles que quiserem juntar-se a esta forma de comunhão.
Ao longo dos anos, Portugal tem tido cada vez melhores infraestruturas, cada vez melhores escolas a formar gerações e gerações de artistas e de todas as pessoas que se relacionam com a produção artística. Só falta colocar o produto ao serviço daqueles a quem ele é destinado. Somos um País pequenino e, por isso, é só unir as pontas que ainda não estão atadas.