TOLED é o acrónimo, em inglês, para Díodo Orgânico Transparente Emissor de Luz. Esta amálgama de palavras provavelmente não lhe diz muito, mas o resultado prático chama a atenção: ecrãs transparentes de alto contraste. Se acompanha o segmento dos televisores, já ouviu falar na qualidade de imagem exímia que os ecrãs OLED garantem: tons pretos de grande profundidade, cores com elevada saturação, contraste de excelência e, no global, uma experiência de imagem que supera, em muitos aspetos, todas as outras.
Os TOLED preservam muitas destas características, mas são transparentes. Como é que isto é possível? Os principais componentes do ecrã (substrato, cátodo, ânodo) são todos transparentes. Em termos de reprodução de imagem, o que isto significa é que cada píxel individual, quando está desligado, permite a passagem de luz. É importante salientar que atualmente os ecrãs não são totalmente transparentes, já que continuam a ter alguma opacidade (deixam passar cerca de 35% da luz ambiente). E quando está a ser feita a reprodução de imagens, cada um dos píxeis necessários ilumina-se para que a foto ou o vídeo ganhe forma, mas o brilho tem de ser superior ao da luz natural para que o conteúdo seja visível. E como a luz vem diretamente dos píxeis e não por meio de uma luz de fundo, permite que a espessura do ecrã seja muito reduzida, assim como o consumo energético. Empresas como a LG e a Xiaomi já mostraram televisores TOLED, com a vantagem de, em conteúdos produzidos de propósito para estes ecrãs, existir a sensação de que as imagens flutuam.
Apesar de o desenvolvimento dos TOLED já ter perto de dez anos, só em agosto é que foi anunciado o primeiro televisor com ecrã transparente de produção em larga escala do mundo – a Mi TV Lux OLED Transparent Edition custa, na China, o equivalente a 6500 euros. Um valor que mostra que apesar de topo de gama, esta tecnologia vai demorar anos até ficar mais acessível.
Mas a aplicação dos TOLED vai muito além dos televisores: janelas em transportes públicos com informação contextual sobre a viagem (ou anúncios) e ecrãs para dispositivos de realidade aumentada são áreas que prometem dar ‘gás’ a esta tecnologia.
É importante porque
Representa um avanço nas tecnologias de ecrãs e tem aplicabilidade a várias áreas da eletrónica de consumo. Além disso, pode ser conjugado com outros avanços na área dos OLED (dobráveis ou que enrolam) na criação de novos dispositivos de eletrónica
“Compreender o futuro” é uma parceria entre a Exame Informática e a Altice Empresas para explicar novos conceitos na Ciência e Tecnologia