A Motorola está de regresso a Portugal. Para a marca, que faz parte da Lenovo desde 2014, o grande objetivo passa por consolidar a presença no mercado nacional, dentro de uma estratégia global para a Península Ibérica, mas também de expansão na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), como deixou claro num recente evento em Lisboa, em que a Exame Informática participou.
A decisão de voltar a Portugal surge num momento de crescimento. Como detalhado por Fabio Capocchi, EMEA General Manager da Motorola, ao longo dos últimos anos, a marca passou por um conjunto de “altos e baixos”. Após a compra pela Lenovo, a Motorola atravessou um período desafiante, em que foi necessário “lutar para sobreviver” e tomar várias decisões difíceis para conseguir garantir a sustentabilidade do negócio.
À medida que o negócio foi recuperando, a rentabilidade permitiu voltar a investir em áreas-chave, como, por exemplo, em R&D, mas também mudar o foco para uma estratégia centrada na transformação e crescimento. E a aposta está a dar frutos.
De acordo com dados partilhados durante a apresentação, houve um crescimento de 35% nas receitas no mercado EMEA durante o segundo trimestre do ano – o mais elevado de sempre para a marca. A este crescimento junta-se uma subida de 32% nas ativações, assim como de 56% nas ativações no segmento premium.
Nas palavras de Andrea Monleón, General Manager para a Península Ibérica, “Portugal é um país estratégico para o mercado EMEA da Motorola”. Segundo a responsável, a expansão para o país não é apenas uma questão de negócios, mas também se afirma como uma forma de reforçar o compromisso no que respeita a ouvir as necessidades dos consumidores.
Em entrevista à Exame Informática, Fabio Capocchi conta que, há cerca de três anos, a marca tinha uma oportunidade para regressar a Portugal. No entanto, “os recursos a nível humano não eram suficientes para assegurar que todos os produtos que estávamos a lançar estavam perfeitamente testados para o mercado português”.
“Ao mesmo tempo, sabemos que os portugueses gostam da estética e querem identificar-se com uma marca. Nesse momento, a nossa oferta não era tão ‘clara’ quanto é agora, porque estávamos numa grande transição”, afirma o responsável.
“Agora, o que podemos dizer é que ao longo de todas as nossas linhas, quando olhamos para qualquer um dos produtos, conseguimos dizer que é um [equipamento] Motorola”.
Além disso, ter uma equipa local era outro dos grandes objetivos da marca. “O que não queríamos era gerir Portugal a partir de outro país”, realça Fabio Capocchi. “Queremos fazer as coisas a longo prazo e queremos fazê-las corretamente”.
Um ecossistema de lifestyle tech
“Estamos a regressar ‘em força’ e a nossa filosofia é ser uma marca líder”, afirma Fabio Capocchi. Para tal, a aposta passa por inovar com propósito, posicionar a Motorola como uma marca de lifestyle tech e construir um ecossistema, numa estratégia que não esquecer aspectos como design e experiências, mas também parcerias com outras empresas, da Google à Bose, passando ainda pela Corning e Pantone.
Como explica Alexandre Caldeira, EMEA product operations director, a abordagem do lifestyle tech passa por “ir além das especificações técnicas” e trazer à vida novos produtos que, independentemente da gama, sejam capazes de fazer a diferença na vida dos consumidores, que consigam responder verdadeiramente às suas necessidades e que tenham um estilo próprio com o qual os utilizadores se possam identificar.
Para responder às necessidades do mercado português, a Motorola está a avançar com uma linha de smartphones, onde se incluem a mais recente gama de dobráveis Razr, as famílias Motorola edge, moto g e moto e. Em destaque está também o novo motorola edge 50 neo, na Cor do Ano de 2025 da Pantone, chamada Mocha Mousse, que chegará ao mercado português no primeiro trimestre de 2025, incluindo numa versão do dobrável motorola razr 50 ultra.
Veja os novos smartphones da Motorola com mais detalhe
Mas o ecossistema da Motorola vai além de smartphones, passando pelas soluções de áudio, como auriculares sem fios Motorola buds+, desenvolvidos em parceria com a Bose, e funcionalidades com Inteligência Artificial. Na ‘calha’ estão ainda outros gadgets, como as etiquetas inteligentes Moto Tag e um novo carregador com porta dupla, previsto para o final do ano.
Deste ecossistema não fica de fora a Inteligência Artificial, com o sistema moto AIi, concebido para ajudar os utilizadores a realizar uma variedade de tarefas, mas sendo também capaz de antecipar necessidades, avança Alexandre Caldeira.
A par de algoritmos de melhoria de imagem e de estabilização na fotografia, o sistema moto AI conta com ferramentas de criação inteligente, como o Magic Canvas ou o Style Sync, que tiram partido da tecnologia de IA generativa.
Já no capítulo da assistência ao utilizador destacam-se funcionalidades como Catch me Up (ou Ver as novidades, em português), feita para ajudar os utilizadores a recuperar informação ‘perdida’ quando estavam longe do smartphone; Remember This (ou Memorizar isto), para guardar rapidamente notas de texto, capturas de ecrã ou fotografias; Pay Attention (ou Prestar Atenção), que transcreve e resume gravações de áudio.
As funcionalidades do moto AI já podem ser testadas em smartphones compatíveis, incluindo nos dobráveis razr 50 e no Motorola edge 50 ultra, através do programa beta aberto, lançado no final de novembro.
As novidades da Motorola já estão disponíveis nas principais lojas em Portugal, entre Worten, Fnac, Rádio Popular e Media Markt, assim como através de operadoras como a MEO e Vodafone. Em breve também estarão disponíveis através do website oficial da Motorola em Portugal, avança a marca.