Há mais de 70 anos que se fala e trabalha em Inteligência Artificial (IA), assim mesmo, com este nome. Mas parece que a expressão andou pelo submundo dos informáticos, saltando para a ribalta nos últimos dois ou três anos e atingindo a ubiquidade desde que Chat GPT se tornou de acesso livre, no final do ano passado. Aí, mais do que de IA, começou a falar-se de modelos generativos – um tipo de IA capaz de gerar conteúdos, como imagem, texto ou código.
António Branco, do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Henrique Lopes Cardoso, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, assistem a toda esta excitação em torno dos modelos de IA generativa com o olhar de quem já anda nisto há mais de vinte anos. “É uma ferramenta muito poderosa e por isso pode ser muito perigosa”, observa Lopes Cardoso. Tanto mais perigosa quanto a sua capacidade de criar imagens ou texto que se confundem com as criações humanas. “A tecnologia de aprendizagem profunda cresceu muito a partir de 2017, quando a Open AI decidiu disponibilizar a ferramenta a toda a gente.”
