Bem sei que já é maio, mas a necessidade de gritar pela Liberdade e os direitos conquistados em Abril vieram outra vez à tona. Não fora a vitória do Sporting e o fim de semana teria ficado marcado pela certeza de que Portugal está cheio de racistas (sim, estou a evitar escrever que somos um País racista, porque me recuso a metermo-nos todos nesse saco sujo). Mas eles andam aí, cada vez mais ufanos, quer seja na boca foleira de um taxista que desdenha da cor da pele (e do turbante) de um motorista de TVDE que para no semáforo ao seu lado, quer seja nos ataques violentos que aconteceram no Porto, na madrugada de sexta-feira. Não admira, se até Pedro Passos Coelho não se coibiu de, num discurso da campanha da AD, em Faro, estabelecer uma falsa relação direta entre imigração e insegurança.
Relembremos os factos, para que não seja esquecida a sua crueza: um grupo de mais de 15 indivíduos, alguns encapuzados, entraram numa habitação onde residiam 10 argelinos e um venezuelano em condições pouco dignas, munidos de facas, bastões e paus, e agrediram quem apanharam pela frente, levando alguns a receber tratamento no hospital.