Mário Rui Valente Machado era um adolescente de apenas 15 anos, quando ingressou, por convicção, no seu primeiro grupo de skinheads. No verão seguinte, a paixão pelo desenho levou-o a inscrever-se na Escola Artística António Arroio, pensando poder ali completar o 10.º e o 11.º anos no curso de Arte e Design. A realidade que encontrou, fez o militante de extrema-direita sentir-se deslocado, manifestando repulsa pelo que descreveu como os “valores mais liberais” daquela instituição – conhecida pelo caldo de cultura mais à esquerda –, fazendo com que entrasse rapidamente em conflito aberto com professores e outros colegas.
Este e outros episódios da vida do mais conhecido dirigente do movimento nacionalista português constam do Relatório Social para Determinação da Sanção, a que o arguido Mário Machado, 47 anos, foi submetido antes de conhecer a última condenação em tribunal: dois anos e dez meses de prisão efetiva por incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda (identificando em particular Renata Cambra, antiga líder do Movimento Alternativa Socialista), em publicações nas redes sociais.