O anúncio chegou esta terça-feira, 12 de novembro: o alemão Niels Wittich, desde 2022 diretor de corridas da modalidade – papel que chegou a partilhar com o português Eduardo Freitas – , vai “abraçar novos desafios”, confirmou a FIA – Federação Internacional de Automobilismo.
A substituí-lo, já a partir do GP de Las Vegas (21-23 de novembro) estará Rui Marques, até então diretor de corridas da F2 e F3, as modalidades que funcionam como uma espécie de bastidores da F1. O português já acumula anos de experiência no automobilismo, e a FIA refere-se ao profissional como trazendo “uma vasta experiência, tendo servido como fiscal de pista, comissário nacional e internacional, diretor-adjunto de corrida e diretor de corrida em diversos campeonatos”.
Recorde-se que Wittich chegou ao cargo depois de Michael Masi ter sido afastado, na sequência do Grande Prémio de Abu Dhabi de 2021, onde Max Verstappen se sagrou, pela primeira vez, campeão mundial de F1. Ainda hoje, o resultado da corrida gera polémica, uma vez que foi uma decisão de Masi que ditou a vitória de Verstappen e que, segundo a Mercedes, “roubou” o oitavo campeonado a Lewis Hamilton, piloto que está de partida para a Ferrari.
O diretor de corrida tem como missão supervisionar a prova e resolver os incidentes que ocorrem durante a mesma, podendo aplicar penalizações, se assim decidido em conjunto com os comissários.
Numa temporada que tem sido marcada por muitas surpresas – nomeadamente a significativa diferença de desempenho dos monolugares de cada equipa a cada Grande Prémio – a direção de corrida de Wittich tem estado muito pressionada, depois de algumas decisões polémicas durante os GP em solo americano – tanto nos EUA como no México.
Esta temporada tem ainda sido marcada por uma série de alterações nas equipas, com pilotos a entrar e a sair – como foi o caso de Sargeant, na Williams, ou de Ricciardo, na Visa Cash App RB – e outros a anunciar mudanças para 2025 com um campeonato inteiro ainda pela frente. Aqui, destaque para a troca de Hamilton, que sai da Mercedes para a Ferrari, o que deixou Carlos Sainz sem equipa até assinar pela Williams, onde deverá ocupar o lugar de Franco Colapinto (apesar de o piloto ter estado a revelar um desempenho muito competitivo ao lado de Alex Albon).
Mais recentemente, a F1 esteve nas páginas dos jornais porque o presidente da FIA decidiu multar vários pilotos pelo uso de “linguagem ofensiva”. A associação de pilotos de grandes prémios criticou abertamente a decisão de Ben Sulayem, afirmando que é preciso tratar os desportistas “como adultos” que são.
Ben Sulayem tem vindo a criticar alguns dos pilotos pela utilização de vernáculo durante as corridas, em comunicações que, a bem da verdade, são geralmente dirigidas apenas às suas equipas. No entanto, correm rumores, nos bastidores da modalidades, de que a FIA está demasiado preocupada com as audiências em mercados como os EUA – onde muitas crianças começam a assistir às corridas de Fórmula 1 graças ao sucesso da série ‘Drive to Survive’ – e que pode estar a ser pressionada pela Liberty Media na tomada destas posições.
Numa altura em que a tensão está ao rubro, com o campeonato quase decidido – mas ainda matematicamente possível de não ser ganho pelo piloto neerlandês Max Verstappen – a mudança de diretor de corrida vem apenas apimentar mais um pouco uma temporada que se tem revelado mais animada do que se previa.