1.“Ice Merchants” ao vivo
Ice Merchants alcançou o feito histórico de se tornar o primeiro filme português a ser nomeado para os Oscars. Mas o seu realizador, João González, é um talentoso criador dos sete ofícios. Além de conceber a história e a estética das suas obras, González é um músico que compõe a banda sonora dos seus próprios filmes. Assim, na sessão de abertura, o Curtas vai receber um momento único. Pela primeira vez, João González irá interpretar ao vivo a banda sonora dos seus filmes, a que junta música para filmes de alguns autores de animação que admira. Recorde-se que González é de Vila do Conde e já reconheceu que o Curtas foi um festival fulcral para despertar e aprofundar o seu gosto pelo cinema de animação. Teatro Municipal > 12 jul, sex 20h > €8
1.“Percebes” e a competição nacional
Alexandra Ramires e Laura Gonçalves fizeram um filme chamado Percebes, que ganhou um dos mais importantes prémios do cinema: o prémio principal do Festival de Annecy. Entenda-se que Annecy está para a animação como Cannes está para a imagem real. A curta documental fala da gentrificação no Algarve através desses pequenos moluscos que se confundem com as próprias rochas. Um filme esteticamente deslumbrante e com uma mensagem forte, Percebes tem a sua estreia nacional em Vila do Conde, que este ano tem uma competição nacional de grande nível, recebendo filmes selecionados para Cannes, como As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer, de Isadora Neves Marques, O Jardim em Movimento, de Inês Lima, e Mau por um Momento, de Daniel Soares. Teatro Municipal > 15 jul, seg 21h45; 19 jul, sex 15h
3. “Estamos no Ar”
Diogo Costa Amarante é um dos três realizadores portugueses distinguidos com um Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem em Berlim. O filme em causa, Cidade Pequena, estreará em Vila do Conde, festival que habitualmente recolhe as suas obras. Com toda a naturalidade, o Curtas criou uma sessão especial apenas para mostrar a sua primeira longa-metragem. Estamos no Ar conta a história de três gerações, tendo o Porto como cenário, percorrendo questões ligadas a conceitos de família, identidade e segredo. Nos principais papéis tem Carloto Cotta, Cucha Carvalheiro e Sandra Faleiro. Um filme de uma grande carga humana e emocional que deve estrear-se comercialmente ainda este ano. Teatro Municipal > 13 jul, sáb 21h45
4. Bertrand Mandico e Elina Löwensohn
Bertrand Mandico é um dos mais desafiantes realizadores franceses da atualidade. O seu cinema é subversivo, buscando sempre narrativas e estéticas fora das convenções. Antes de se tornar um nome mundial, através de longas bem-sucedidas, Mandico fez mais de uma dezena de curtas (e mesmo depois das longas, voltou às curtas), passando várias vezes por Vila do Conde. Assim, este justo tributo a um grande realizador também significa o regresso de um nome em que o Curtas apostou. É feita uma retrospetiva da sua obra, com longas e curtas, e também lhe é dada carta-branca. Mandico faz-se acompanhar por Elina Löwensohn, sua mulher, atriz e rosto conhecido do cinema independente americano, nomeadamente dos filmes de Hal Hartley. O Curtas também lhe dedica uma retrospetiva.
5. “A Pedra Sonha Dar Flor”
Ainda há pouco se estreou O Pior Homem de Londres e Rodrigo Areias, realizador e produtor, já tem novo filme para mostrar. A sua estreia será feita em formato inesperado: A Pedra Sonha Dar Flor é apresentado ao público através de um filme-concerto, em que a banda sonora é interpretada ao vivo pelo músico vimaranense Dada Garbeck. O filme é baseado em Raul Brandão e conta com interpretações de Nuno Preto, João Pedro Vaz, Miguel Moreira, Gustavo Sumpta e Paula Só, entre outros. Teatro Municipal > 14 jul, dom 17h30
6. Morgan Quaintance
As curtas-metragens do escritor e artista plástico britânico têm sido apresentadas em Vila do Conde. Desta vez, o desafio é diferente. Quaintance vai ocupar o espaço da Galeria Solar, dedicada apenas a arte cinemática, com instalações de vídeo. As obras que estão na galeria comunicam com os seus trabalhos apresentados em sala e também com outros filmes escolhidos pelo realizador. A exposição Efforts of Nature IV prolonga-se para lá das datas do festival. Teatro Municipal e Solar Galeria
7. Alberto Vásquez
Os espectadores mais fiéis do Curtas lembrar-se-ão de Decorado, uma animação do galego Alberto Vásquez, que ganhou o prémio do público do festival, atribuído através da pontuação média da votação de quem assiste ao filme. O seu cinema é desconcertante, com um humor corrosivo, que o tornará facilmente um cineasta de culto. Agora, Vásquez está de volta para uma retrospetiva da sua obra – apenas de curtas e televisão, uma vez que ainda não realizou qualquer longa. O festival deu-lhe ainda carta-branca para apresentar as obras que mais o influenciaram.
32º Curtas Vila do Conde > 12-21 jul, Vila do Conde > €5, sessão, cineconcertos €8 > Programa completo em festival.curtas.pt