
Como habitualmente, a música será uma presença constante ao longo dos dez dias de festival, com atuações e múltiplos palcos espalhados pela cidade, de artistas como o multi-instrumentista português Bruno Pernadas
Vera Marmelo
1. Sétima edição
A cumprirem este ano a sétima edição, os Jardins Efémeros são um projeto ímpar a nível nacional, de caráter urbano, contemporâneo e experimental, que tem como principal objetivo envolver os artistas e curadores com toda a comunidade local. Do município às universidades, passando por associações culturais, sociais, de comércio ou turísticas, empresas, museus, cidadãos, escolas ou até mesmo visitantes, todos são convidados a participar neste evento, que atrai anualmente a Viseu cerca de 100 mil visitantes.
2. Paradoxo
O festival, que este ano tem como tema o conceito de “paradoxo”, decorrerá nalguns dos mais icónicos espaços da cidade, como a Sé de Viseu, a Igreja da Misericórdia ou os inúmeros museus e capelas. Mas também em edifícios públicos, privados e devolutos, nos jardins, logradouros e praças, pelo casario anónimo do centro histórico, em habitações, lojas e fábricas, que vão receber uma vasta e ambiciosa programação.
3. A música
Como habitualmente, a música será uma presença constante ao longo dos dez dias de festival, com atuações e múltiplos palcos espalhados pela cidade, de artistas como o multi-instrumentista português Bruno Pernadas, o saxofonista inglês Evan Parker, o músico e compositor nova
-iorquino William Basinski, o produtor dinamarquês Croatian Amor ou o grupo francês de rock psicadélico Libido Fuzz, entre outros. De destacar ainda o concerto que irá unir os Pop Dell’ Arte com o percussionista Tiago Pereira e o Grupo de Percussão de Valhelhas, que terá lugar no próximo dia 15, às 22 horas, no Adro da Igreja da Misericórdia.
4. A arquitetura
A arquitetura volta a estar em destaque na edição deste ano com três peças desenvolvidas pelo arquiteto João Loureiro, com a colaboração de Rafael Gomes, que, a partir de um dos símbolos naturais da cidade de Viseu, a Tília, criou uma instalação com três momentos e abordagens, ligando entre si três dos espaços mais representativos do centro histórico da cidade: o Claustro da Catedral de Viseu, o Adro da Igreja da Misericórdia e o Largo Pintor Gata.
5. “Aqui Morreu uma Mulher”
Um dos objetivos do festival é também o de fomentar uma cidadania ativa e participativa, presente, por exemplo, na exposição Aqui Morreu uma Mulher, um trabalho de Teresa Campos e de José Carlos Carvalho, jornalista e repórter fotográfico da VISÃO, que, em 2015, percorreram o País em busca de mulheres vítimas de violência doméstica. São as histórias de 28 destas mulheres, mortas pelos maridos e companheiros, que vão estar retratadas na Rua Formosa.
6. Cinema ao ar livre
O programa de sessões de cinema ao ar livre, com curadoria de Isabel Nogueira, centra-se este ano nos clássicos de cineastas como Wim Wenders ou Orson Welles, autores que têm “presentes” na sua obra as “questões paradoxais”. Destaque ainda, nesta área, para a manipulação sonora ao vivo do filme The Way Things Go, de Peter Fischli & David Weiss, pelo compositor português Die Von Brau, no Museu Nacional Grão Vasco ou ainda para a extensão até Viseu do Festival Política, com a projeção de Ressurgentes, da brasileira Dácia Ibiapina, e de Os Negócios de Bruxelas, de Matthieu Lietaert e Friedrich Moser.
7. Às compras
Em paralelo com toda a programação artística, vão decorrer mercados como Indo Eu, dedicado às trocas diretas, e o Mercado de Proximidade, para produtos biológicos e artesanais. Haverá ainda diversas pop up stores dedicadas à edição e ainda um mercado de Sons e Letras, com a presença da Inc. Livros e Edições de Autor, das Edições de Serralves, da matéria prima e da revista britânica The Wire. Como também já é tradição, participam também um total de 70 oficinas artísticas, com mais de três mil vagas, para todas idades.
Jardins Efémeros > Viseu > 7-16 jul