Estamos na Calçada da Quintinha, no número 6, no Vale de Alcântara, numa das entradas do Aqueduto das Águas Livres. É nesta morada que começa o novo percurso intitulado Aqueduto de Lisboa, com cerca de três quilómetros e várias paragens até ao Miradouro de São Pedro de Alcântara.
Ora dentro de galerias subterrâneas, a três metros de profundidade, à luz de lanterna, ora a 65 metros de altitude ao ar livre, a apreciar vistas deslumbrantes da cidade, esta visita guiada inclui locais nunca antes visitáveis, como a passagem através do sifão do viaduto Duarte Pacheco, projetado em 1937 pelo engenheiro João Alberto Barbosa Carmona.
“Pela primeira vez, podemos percorrer integralmente o caminho de transporte e distribuição da água, em Lisboa, nos séculos XVIII e XIX”, diz Mariana Castro Henriques, diretora do Museu da Água e nossa guia.
Ao longo de pelo menos duas horas (com direito a perguntas), vão sendo explicadas curiosidades sobre a construção, arquitetura, função e tecnologias associadas a esta estrutura hidráulica, assim como a influência que o Aqueduto das Águas Livres teve no desenvolvimento urbanístico e social da capital.
A visita prossegue por mais uma zona nunca antes desvendada ao público, que inclui o Reservatório de Campo de Ourique, junto ao centro comercial das Amoreiras, no terreno onde já funcionou um campo de golfe. Aqui bem perto, será construído um pequeno jardim com acesso público, e a casa amarela que se vê mais ao longe irá transformar-se na Academia das Águas Livres, um centro de formação na área da água.
Do Reservatório de Campo de Ourique ao Reservatório do Arco – local de passagem não visitável, apenas explicado – são alguns passos. Seguindo o caminho, sempre por túneis estreitos, em fila indiana, chegamos ao Reservatório da Mãe de Água, onde acontece o espetáculo imersivo Dalí: Cybernetics.
Voltamos à superfície para entrar na antiga Casa do Registo (registava o caudal de água), e de seguida descemos por uma escadaria em pedra até à Galeria do Loreto, um dos troços mais concorridos, e daqui até ao Reservatório da Patriarcal, no jardim do Príncipe Real. Até ao fim do percurso, no Miradouro de São Pedro de Alcântara, dizem-nos, faltam apenas 10 minutos. Quando a porta se abre, enfim, todos ficam admirados com a nossa presença.
Aqueduto das Águas Livres > Cç. da Quintinha, 6, Lisboa > Marcações T. 21 810 0215 ou mda.epal@adp.pt > Próxima visita: 18 mai, sáb 11h (neste dia, a visita insere-se no Dia Internacional dos Museus e é grátis) > €18/pessoa