Lembra-se do fenómeno das poeiras do Saara? As famosas, vindas de África, que deixam os carros sujos e nos impedem de abrir as janelas, para a casa não ficar cheia de “pó”? Para nós, é uma arrelia, mas é um mal necessário: alguns especialistas sublinham as vantagens de ter a poeira a invadir o Atlântico, por mais que uma razão.
Este fenómeno, amplamente conhecido como calima, segundo o site meteorológico tempo.pt, “contribui significativamente para a fertilização dos oceanos, transportando nutrientes preciosos que enriquecem as águas e favorecem a vida marinha, e desempenha também um papel crucial na formação de furacões”.
Em junho e julho, as partículas de poeira “criam condições que aumentam o cisalhamento do vento, um fator crucial que pode enfraquecer ou mesmo inibir o desenvolvimento de tempestades tropicais”, lê-se. Assim, a poeira atua como um “escudo solar”, retendo o calor que iria aqueceria o oceano. Este efeito ajuda a manter as temperaturas do mar mais baixas, reduzindo as condições propícias ao desenvolvimento de ciclones tropicais.
Em 2023, a quantidade de poeira do Saara foi a mais reduzida alguma vez registada desde 2002, mas este ano, e até agora, os níveis de poeiras do Saara têm sido relativamente normais. Ainda assim, “qualquer alteração na configuração da poeira do Saara pode influenciar a atividade tropical”, alertam os especialistas.