As crises interligadas do clima, da biodiversidade e do excesso de consumo de recursos e poluição estão a mudar o nosso planeta e a aprofundar as divergências entre os países a nível mundial e dentro deles. A pobreza e as profundas desigualdades, agravadas pela inflação, estimularam uma crise no custo de vida, corroendo as nossas sociedades. O atual sistema económico gerou riqueza para alguns, mas a um custo elevado para muitos, e está, todos os anos, a exacerbar a degradação do planeta, a tripla crise e os riscos para o nosso futuro. As campanhas de desinformação e o abuso de posição e de poder económico prejudicam as eleições e colocam a democracia em risco.
A versão curta dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015 dada dos cinco P (planeta, pessoas, prosperidade, paz e parcerias) traça-nos o essencial. As metas estabelecidas para 2030 estão muito atrasadas, com a expectativa de se alcançar apenas 15% do pretendido. A conjuntura internacional, com diversos conflitos armados sem fim à vista e um reforço do discurso extremado e fraturante, apela à necessidade de agir no sentido de construir uma sociedade que não deixe ninguém para trás, que promova a coesão social em pleno respeito pelos limites do planeta, visto que nunca poderá haver prosperidade se a base ambiental for descurada.