A Praia da Amália foi, em tempos, um pequeno paraíso perdido na Costa Alentejana. Muito poucos sabiam as suas coordenadas. Caminhos de terra batida, buracos, e muito pó. Recordo-me da primeira vez que a conheci. Já lá vão 10 anos. Alguém nos tinha dito maravilhas da praia. Depois de muitas voltas, lá encontrámos o grande malmequer amarelo junto à estrada, numa localidade chamada Brejão, entre a Zambujeira do Mar e Odemira. Quando chegámos ao destino, não havia carros, nem barulho. Só uma grande propriedade com jardins arranjados, que vim a saber na altura pelo jardineiro, que era mesmo a casa da Amália Rodrigues.
O caminho até à praia era, e continua a ser, de difícil acesso. Parece que entramos num pequeno pântano, com lama nos pés, ouvindo a água de um pequeno riacho a correr no meio de tanta vegetação. Mas quando finalmente chegamos à falésia, descobrimos o paraíso. Há dez anos atrás fiquei maravilhada com a natureza virgem da praia, com a cascata natural de água doce, e com o privilégio de haver dias em que a praia era só nossa.
Como a descida da falésia não é propriamente segura, não aconselho a que se levem crianças ou muita “tralha”. A praia não é vigiada, nem tem qualquer café, posto ou WC pelo que recomendo que levem água e lanche.
Hoje esta Praia já não é um segredo bem guardado, mas continua a ser um precioso paraíso (especialmente se optarmos por visitá-la fora da época do Festival Sudoeste).
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