Donald Trump é um mestre em projeção mental. Quando insulta os outros, está a tentar esconder a sua própria autoimagem, a sua vergonha e o medo de reconhecer as suas fraquezas e inseguranças. Trump, afinal, já se classificou a si próprio: é “estúpido, muito estúpido e fraco”. Todos conhecem os seus insultos permanentes a tudo e a todos. Meteu-se agora com a Europa e com a Ucrânia.
Como verdadeiro agente de Putin, nada secreto, o Presidente americano passou à fase de se comportar como se fosse ele próprio o líder russo, impondo um acordo de rendição da Ucrânia. Atira-se a quem ajuda Kiev e Zelensky, pelo qual não tem qualquer consideração ou respeito. Aliás, exige que vá a eleições, sabendo já quem o Kremlin apoiaria para entregar a Ucrânia à Rússia.
Os líderes europeus são “estúpidos e fracos”, alguns “verdadeiramente estúpidos”, segundo Trump. Por outras palavras, mais cruéis (lá chegará), são uns idiotas, burros, imbecis, palermas, tontos, parvos, patetas, ignorantes, tolos e insensatos. António Costa já respondeu com vigor, mas bom seria que alguns presidentes e primeiros-ministros o mandassem passear com igual firmeza e de forma inequívoca. Senão ele trepa — e insulta ainda mais. “Falam muito, mas não concretizam”, disse. Tem razão, se engolirem a seco.
Sobre a Ucrânia de Zelensky, que não aceitou o seu fabuloso plano, as palavras são igualmente amargas, azedas e desproporcionais, levantando a suspeita de que está a atrasar propositadamente as eleições. Não percebe, aliás, porque é que Kiev não se entrega aos russos. Zelensky é um idiota, um parvo e um fraco. Não disse, mas vai dizer. Ou pior.
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