Os novos dados publicados hoje pela Airbnb destacam os benefícios que a comunidade de anfitriões e hóspedes na plataforma está a gerar para o cidadão comum português, num cenário que foi completamente transformado pela pandemia da COVID-19.
Em Portugal, “a grande maioria dos anfitriões na Airbnb aluga uma única casa e quase metade diz que, graças a este rendimento adicional, é capaz de lidar com o aumento dos preços e pagar necessidades básicas, tais como a sua própria casa”, diz o comunicado da Airbnb. Estes dados também ajudam a compreender o novo perfil do visitante e do viajante em Portugal após dois anos de pandemia, com estadias cada vez mais longas graças à flexibilidade do teletrabalho e à oportunidade que isso representa para alguns destinos em Portugal.
O estudo conclui que a maioria dos anfitriões em Portugal tem apenas um anúncio, que lhes proporciona rendimentos adicionais. Durante 2021, em Portugal, 71% dos anfitriões anunciaram apenas uma propriedade inteira na plataforma. Além disso, quase 70% diz que o alojamento não é a sua principal ocupação. Isto mostra que a comunidade de anfitriões em Portugal é composta principalmente por particulares.
Os anfitriões em Portugal estão ainda a “utilizar o dinheiro que ganham através da plataforma Airbnb para ajudar a pagar as necessidades mais básicas, tais como a sua própria casa”, sublinha o estudo. Com o aumento da inflação em Portugal e em todo o mundo, o dinheiro extra ganho pelos anfitriões que acolhem os hóspedes tornou-se uma parte essencial dos seus rendimentos para fazer face aos preços mais elevados, e até para pagar a sua própria casa. “Aproximadamente 29% dos anfitriões declararam que uma das razões pelas quais recebem os viajantes é para ganhar dinheiro para compensar os aumentos de preços”.
Quase 42% dos anfitriões declaram ter utilizado dinheiro ganho com o alojamento para cobrir necessidades básicas, tais como alimentação, que aumentaram de preço no último ano. Mais: 34% dos anfitriões dizem que o dinheiro que ganham através da Airbnb ajudou-os a poder continuar a viver nas suas casas e 54% indicaram que utilizam o dinheiro que ganham como anfitriões para realizar melhorias ou renovações em casa.
Perfil-tipo do anfitrião Airbnb
Em 2021, o anfitrião típico em Portugal ganhou cerca de 4.900 euros por ano, feito o balanço entre receitas e despesas. Este rendimento extra de 4.900 euros é equivalente a cerca de quatro meses do salário médio em Portugal, um valor chave para que muitos possam fazer face às despesas, aponta-se no estudo. Cerca de 51% dos anfitriões identificam-se como mulheres.
As estadias de longa duração e os nómadas digitais são uma grande oportunidade para Portugal, que oferece destinos muito atrativos para quem procura viver e trabalhar a partir de qualquer lugar. O trabalho à distância ou híbrido libertou muitas pessoas da necessidade de estarem todos os dias no escritório.
Seguindo uma tendência que começou no ano passado e continuou até ao primeiro trimestre de 2022, os hóspedes ficam mais tempo nos destinos e alguns até vivem em alojamentos disponíveis na plataforma Airbnb.
As estadias de longa duração através da plataforma em todo o mundo atingiram o seu ponto mais alto no primeiro trimestre de 2022. Em 2021, só Portugal registou um crescimento de quase 90% em estadias de longa duração, em comparação com 2019, sugerindo que milhões de pessoas estão a tirar partido desta nova flexibilidade para viver e trabalhar a partir de qualquer lugar. 17% dos hóspedes que viajaram para Portugal em 2021 declararam que a razão pela qual ficaram num alojamento reservado através da plataforma Airbnb era para “viajar e trabalhar remotamente”.
Destinos mais populares para os nómadas digitais
Lisboa e Porto são os destinos com mais reservas para viagens de longa duração em 2021. No entanto, as cidades em terceiro e quarto lugar nas reservas para viagens de longa duração são Lagos e Funchal. Cinco dos 10 destinos com mais reservas estão localizados no Algarve ou numa ilha (Lagos, Funchal, Albufeira, Portimão e Quarteira). Os anfitriões em Portugal estão também conscientes da procura deste tipo de estadias e Lisboa e Porto apresentam a maior percentagem de casas que estão prontas para acolher estadias de longa duração, com quase 50% da oferta para reservar estadias de longa duração.
Ajudar a economia local
Frequentemente diabolizado nos media, o alojamento local tem, porém, um impacto significativo na economia local e na geração de rendimento para além das próprias unidades turísticas. Segundo o estudo, 82% dos anfitriões fizeram recomendações nas proximidades do seu alojamento, 69% dos anfitriões recomendaram aos hóspedes que visitassem locais menos conhecidos entre os turistas e cerca de 45% das despesas totais dos hóspedes (excluindo alojamento) tiveram lugar nas proximidades do seu alojamento.
Cada hóspede gastou, em média, 130 euros por dia durante a sua estadia em Portugal, dos quais 44 euros por dia foram gastos em bares e restaurantes, 18 euros em compras e 16 euros para lazer local.
70% dos hóspedes em Portugal disseram ter partilhado a sua viagem com familiares, e 95% afirmaram não ter sentido qualquer tensão com os vizinhos.