O Observatório de Cibersegurança acaba de anunciar a publicação da edição de 2019 do Relatório Cibersegurança em Portugal – Linha de Observação Sociedade, que pretende revelar como é que os portugueses encaram as ameaças vindas da Internet. Segundo o Observatório, que é gerido pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), os crimes que os portugueses mais receiam na Internet são o roubo de identidade, a fraude bancária e a pornografia infantil, com 75%, 78% e 85% das respostas.
O relatório revela ainda que 49% dos inquiridos admitem preocupação com a segurança dos dados pessoais, e quase três quartos (73%) dizem mesmo que já evitam revelar dados pessoais na Web. Em sentido contrário, seguem os pagamentos na Net: em 2018, 47% dos inquiridos revelavam preocupação com as ferramentas digitais na hora de fazer um pagamento eletrónico, mas hoje esse tipo de preocupação só incide sobre 38% da população.
«Uma das maiores preocupações diz respeito ao software malicioso, em relação ao qual 75% mostram estar, o que se traduz num aumento de 4% em relação a 2017», acrescenta ainda um comunicado do CNCS, que recorda que este é o primeiro relatório setorial publicado pelo Observatório.
O relatório apurou que apenas três por cento dos inquiridos se dizem bem informados quanto às ciberameaças, mas há 52% que se dizem pouco informados sobre a matéria. O que também poderá ajudar a explicar algumas diferenças nos comportamentos dos portugueses e dos europeus.
«Comparativamente com a UE, no que toca à mudança de comportamento por causa de preocupações com a cibersegurança, os portugueses têm menos cuidados com o uso de palavras-passe. De acordo com os dados divulgados, 13% (29% na UE) dos inquiridos utilizaram diferentes palavras-passe para diferentes websites, 12% (27% na UE) optam por palavras-passe mais complexas que no passado e 16% (21% na UE) mudaram a palavra-passe regularmente», acrescenta o comunicado do CNCS.
O relatório agora publicado tem por ponto de partida o Eurobarómetro Europeans’ Attitudes Towards Internet, que permitiu trabalhar um total de 1007 entrevistas presenciais a cidadãos portugueses. A esta informação, juntam-se várias compilações estatísticas da Comissão Europeia, do Eurostat, e do Ministério da Educação.