Em vez do tom acastanhado e avermelhado que é habitual nas pistas de atletismo, a versão utilizada nos Jogos Olímpicos de Paris é roxa. A pista foi desenhada pela Mondo, a mesma empresa italiana que tem desenhado todas as pistas das Olimpíadas desde 1976. Desta vez, a preocupação principal não foi só estética, mas sim ambiental. A Mondo estabeleceu uma parceria com uma quinta de bivalves e moluscos, a Nieddittas, como forma de usar as suas cascas como matéria-prima para a construção da pista.
A Nieddittas colhe, limpa e prepara as conchas que depois são trituradas até ficarem em pó que é incorporado no material de base para a pista, evitando o desperdício e dando-lhes uma segunda vida. O pó substitui o carbonato de cálcio que, de outra forma, teria de ser minerado num processo com impacto ambiental. Segundo a Smithsonian Mag, 50% da pista é feita de material reciclado.
Na vertente da cor, não é a primeira vez que a organização foge dos tons típicos das pistas de atletismo. Desta feita, a zona da corrida principal é púrpura, as áreas de serviço têm um tom roxo mais escuro e as curvas exteriores são em cinzento. Até os pontos de cola usados para fixar a pista ao asfalto são roxos, para o caso de se tornarem visíveis.
O Comité Olímpico Internacional tinha assumido o objetivo de fazer estes Jogos serem os mais sustentáveis até agora. Para atingir esta meta há outros esforços como parques de estacionamento para as bicicletas, mais opções de comida para os espetadores baseada em plantas, usar apenas energia 100% renovável e local, um sistema de arrefecimento geotermal na Vila Olímpica e assentos no centro aquático feitos a partir de plástico reciclado proveniente de garrafas e tampas.
Além da preocupação com a sustentabilidade, algumas pequenas modificações no design da pista de atletismo devem permitir aos atletas bater alguns recordes. Nos Jogos de Tóquio, em 2020, foram estabelecidos três novos recordes do mundo e 12 recordes Olímpicos. A Mondo explica que a pista de Paris é 2% mais rápida do que a usada em Tóquio.