O Prémio Inovação Pedro Oliveira distingue os projetos de investigação que a Exame Informática considerou mais inovadores. Na edição deste ano de Os Melhores & As Maiores do Portugal Tecnológico, além da distinção do My Care Shoe, foram atribuídas duas menções honrosas: ao projeto FRIENDS e à startup AssetFloow.
FRIENDS
Os drones criados com o projeto FRIENDS – Frota de drones para inspeção radiológica, comunicação e salvamento – do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do Técnico estão equipados com receptores GPS, sistemas de mapeamento laser, sensores radiológicos, e algoritmos, permitindo a deteção em tempo-real das zonas com maiores níveis de radioactividade. Podem ser usados em caso de acidentes nucleares, como Fukushima, ou no combate ao terrorismo e ao tráfico ilícito de material radiológico e nuclear.
AssetFloow
É uma espécie de bola de cristal do consumidor. O algoritmo criado pela start-up portuguesa consegue mapear e prever a atitude de compra nas superfícies comerciais, dispensando imagens e aplicações. A base de trabalho são as faturas, anónimas, a partir das quais se estabelecem comportamentos padrão dos clientes que servem de base à disposição de produtos recomendada. O sistema também identifica quebras nas vendas, antecipa falhas de produto e recomenda promoções.
My Care Shoe
Sofrer de diabetes é uma porta aberta para uma série de complicações, que vão da cegueira à amputação dos membros inferiores. Este trágico desfecho decorre da neuropatia, uma condição que reduz a sensibilidade no pé, e das alterações na circulação que afetam estes pacientes. Estas duas condições combinadas podem resultar em feridas que nunca saram, acabando, em alguns casos, por levar à amputação. O chamado pé diabético é por isso uma das maiores preocupações dos 400 milhões de diabéticos que existem no mundo, um milhão em Portugal, sendo que uma em cada sete pessoas com diabetes terá pelo menos uma úlcera ao longo da sua vida.
Desenvolvido especificamente para pessoas com diabetes, o MyCareShoe é um sapato aparentemente normal que evita o aparecimento de feridas. Todo o sapato é percorrido por um sistema de sensores, escondidos na sola, que criam um mapa 3D da distribuição de pressão no pé. Associado a isso, existem atuadores para estimular a circulação sanguínea nas zonas menos irrigadas e ainda sensores de temperatura, humidade e agentes antimicrobianos e antifúngicos que ajudam a prevenir e combater as infeções.
Todos os dados recolhidos são transmitidos a uma aplicação, na qual é possível ver, em tempo real, a distribuição da pressão e, no caso de desequilíbrio, receber um alerta do sistema. Em caso de hiperpressão, o utilizador pode assim acionar o sistema de atuação, compensando as assimetrias.
O sapato MyCareShoe foi desenvolvido no âmbito do projeto SmartHealth4All, que cruza áreas de conhecimento distintas, como as ciências médicas e as engenharias, assim como as áreas da tecnologia médica e saúde digital, estando orientado para a prevenção, diagnóstico, monitorização e tratamento de doenças e outras condições médicas, sobretudo de natureza crónica e ligadas ao envelhecimento e é promovido pelo Health Cluster Portugal e coordenado pela Siemens Healthiniers.
Agregando indústria e institutos de investigação com trabalho na área, o MyCareShoe juntou a empresa especializada em calçado para diabéticos, Ortomedical, e os centros de investigação CeNTI, INEGI, o Instituto Superior de Engenharia do Porto e o Centro Clínico Académico de Braga.