Luís Montenegro anunciou esta segunda-feira que Portugal vai contribuir 300 mil dólares anuais para a nova Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O primeiro-ministro português esteve presente no lançamento da iniciativa – pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva – na cimeira do G20, que decorre no Rio de Janeiro. “O nosso compromisso é firme, assim como será o nosso investimento. Portugal irá contribuir com cerca de 10% do custo de funcionamento do mecanismo de Apoio da Aliança, 300.000 dólares [284 mil euros], pelo menos até 2030”, disse Montenegro.
Esta foi a primeira vez que Portugal integrou, como observador, a reunião de chefes de Estado e de Governo do G20, a convite da presidência brasileira. “A decisão histórica de criar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza irá imprimir uma nova dinâmica política e deverá mobilizar-nos a todos para atingir os objetivos de de desenvolvimento sustentável 1 e 2 [das Nações Unidas] até 2030”, explicou, saudando o líder brasileiro por trazer para o debate “temas absolutamente essenciais como a erradicação da pobreza e da fome” .
O primeiro-ministro português defende que a nova Aliança irá contribuir para a mobilização de mais recursos – públicos e privados -, para a partilha de conhecimentos e para a promoção de sinergias de outras iniciativas – como as Nações Unidas e da União Europeia. Atualmente, Portugal investe mais de 50% dos seus recursos bilaterais na política de cooperação, nomeadamente em áreas como as infraestruturas e serviços sociais, segurança alimentar e nutricional e em Países Menos Avançados (PMA’s) e mais vulneráveis. “E fá-lo, sempre, em espírito de parceria, garantindo a apropriação dos países parceiros e beneficiários. Acreditamos que a eficácia dos programas é tão relevante quanto o seu volume”, referiu Montenegro.
Com foco no tema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o Brasil assumiu este ano, pela primeira vez, a presidência do G20, tendo convidado 19 países para integrarem a cimeira – incluindo Portugal, Angola, Moçambique e Espanha. Os países que integram o G20 – como os Estados Unidos, China, França ou a União Europeia – representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.