A PSP esteve em Santiago de Compostela, Espanha, a observar o trabalho da Polícia Nacional Espanhola na Peregrinação Europeia da Jovens (PEJ2022) para, posteriormente, o replicar nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ2023), em Lisboa.
“Foi uma espécie de missão de observação”, contou hoje à Lusa o diretor do Departamento de Operações da PSP, Pedro Moura.
O objetivo desta deslocação, que aconteceu na terça e quarta-feira por quatro elementos desta força policial, passou por perceber quais as dinâmicas, planeamento, policiamento e mecanismos de coordenação que os homólogos espanhóis adotaram na PEJ2022, que termina no domingo, cujo modelo é igual ao da JMJ2023, mas a uma escala “bem maior”, referiu.
Pedro Moura frisou que a PEJ2022 junta cerca de 12 mil jovens peregrinos, enquanto a jornada mundial estima reunir no próximo ano, em Lisboa, 1,5 milhões, a que acresce a presença do Papa Francisco, o que torna a operação da PSP “mais complexa”.
“Foi interessante ver a experiência dos colegas espanhóis para termos noção do que se vai passar em Lisboa, embora a escala dos eventos seja muito diferente”, sublinhou.
Além desta passagem por Santiago de Compostela, a PSP prevê reunir-se mais uma vez com a Polícia Nacional Espanhola até ao final do ano, em Madrid, Espanha, para se inteirar de como esta se organizou quando, em 2011, acolheu a JMJ2011, justamente nesta capital espanhola, revelou.
Contudo, ainda durante este mês, e apesar de faltar um ano para a Jornada Mundial da Juventude, a PSP tenciona elaborar a primeira diretiva preparatória de todo o trabalho de segurança para, em janeiro, ter um documento operacional já muito próximo daquilo que vai executar com os comandos, afirmou Pedro Moura.
Para além da segurança das pessoas e do Papa, o diretor do Departamento de Operações da PSP contou que os planos de mobilidade dentro da cidade serão um “desafio”.
“Vai ser uma tarefa que teremos de detalhar ao pormenor porque fazer a movimentação de uma massa humana de 1.500.000 pessoas em transportes públicos ou particulares é um desafio”, salientou.
Já sobre eventuais problemas, Pedro Moura frisou que o público-alvo da Jornada Mundial da Juventude é “pacífico, não contestatário, ordeiro, obediente e com espírito de peregrino, comunhão e convívio”.
“Portanto, isso facilita muito o trabalho”, vincou.
Contudo, advertiu, os aglomerados de pessoas despertam a atenção para determinado tipo de criminalidade, nomeadamente furtos de carteiristas.
Pedro Moura sublinhou, contudo, não estar à espera de uma vaga de assaltos, nem de grupos criminosos organizados.
A PEJ2022, que reúne cerca de 12 mil jovens em Santiago de Compostela, começou na quarta-feira e termina no domingo com a celebração da eucaristia dominical presidida pelo cardeal António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima e enviado especial do Papa Francisco à peregrinação.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto de 2023, prevendo-se a participação de centenas de milhares de jovens e do papa Francisco, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
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