Esta é mais uma história macabra, cujo desenvolvimento final ainda se aguarda. A vida de Anthony Avalos, de apenas 10 anos, é que já não tem regresso.
Quando a polícia de Los Angeles chegou a sua casa, depois de uma chamada para o 112 (911 nos EUA), deparou-se com Anthony no chão, com o corpo cheio de queimaduras de cigarros e marcas de pancadas na cabeça. A mãe disse que ele tinha caído acidentalmente e o relatório da autópsia ainda não é conhecido. Anthony acabaria por morrer no hospital, no dia 20.
A polícia está a investigar as causas da morte e os serviços de acompanhamento de crianças e famílias da região revelaram que o menino tinha dito à mãe, recentemente, que “gostava de meninas e meninos” e, por isso, estão, também a analisar, se este é um caso de homofobia.
“Já estávamos à espera que ele saísse do armário”, disse, ao Los Angeles Times, a tia do rapaz que, nos últimos anos, fez várias vezes queixa da sua irmã, mãe de Anthony, e do namorado desta, por maus tratos e abusos. “Esperávamos, pelo menos, que fossem presos”. Mas isso não aconteceu.
O casal foi alvo de várias queixas durante os últimos anos e os serviços de acompanhamento de crianças e famílias admitiram, na segunda-feira, que tinham conhecimento dessas queixas e vão, agora, ver onde é que o sistema falhou.
As autoridades que responderam à chamada do 112 deram conta de que, naquela casa, estavam mais sete crianças com idades entre os 11 meses e os 12 anos, e que todas foram retiradas do local.
A tia de Anthony referiu que, além de avisar as autoridades, também falou com a direção da escola do miúdo, mas nada foi feito. Segundo ela, o sobrinho contou-lhe que muitas vezes “ficava fechado numa divisão e não o deixavam usar a casa de banho”. Os irmãos também terão contado à tia que eram abusados e obrigados e comer lixo.
A mãe da criança e o namorado foram chamados ao tribunal de menores por causa do destino das outras crianças e, até agora, não houve nenhuma detenção.