Trabalho Vencedor
A iniciativa Agora o Escritor És Tu!, da VISÃO Júnior, desafiou os alunos do 5.º ano a continuarem o livro Contos e Lendas de Portugal e do Mundo, de João Pedro Mésseder, e a desenharem uma nova capa.
Final da última história – “A Gaita Milagrosa”:
E lá se foi o tocador, todo contente.
Só uma coisa a história não conta: é se a mãe do juiz voltou para a cama.
Mas vamos nós contar!
A continuação da história inventada por nós, na qual incluímos os títulos das restantes dezassete histórias que fazem parte do livro “Contos e Lendas de Portugal e do Mundo”:
Assim que o tocador saiu, Lucinda, a mãe do juiz, sentiu-se tão viva que desejou aventurar-se mais um pouco e saiu para a feira onde os seus três irmãos trabalhavam como feirantes.
Lucinda estava maravilhada, há tantos anos fechada em casa, tinha imensas saudades do ar fresco e do movimento e agitação da feira. Quando lá chegou, viu uma banca onde se vendiam quadros antigos. Um deles despertou a sua atenção: era o retrato de Briolanja! Lucinda perguntou o seu valor, ao que o feirante lhe respondeu uma quantia muito elevada e esta propôs-lhe uma troca entre os seus brincos de ouro e o retrato.
O vendedor aceitou e despediu-se de Lucinda. Entretanto, passaram dois amigos feirantes que vendiam animais e ao verem os brincos na mão do feirante, dirigiram-se junto a ele e sugeriram-lhe uma troca: um deles trazia um melro branco e o outro uma galinha negra. O feirante não aceitou os animais pois queria um casaco feito com a pele do leopardo Nebr que guardava o castelo do príncipe com orelhas de burro que se escondia, de vergonha, das suas orelhas anormais.
No dia seguinte, o príncipe estava a olhar pela janela à espera dos quatro músicos e do maestro cágado que iam animar a festa de aniversário dos seus 18 anos, quando viu passar uma rapariga linda com uns longos cabelos loiros e olhos verdes. O príncipe, cheio de vontade de conhecer aquela rapariga, desceu apressadamente as escadas e foi ter com ela. Assim que a viu, perguntou-lhe o seu nome ao que esta respondeu Maria Moura. O príncipe (que tinha um barrete a esconder as suas orelhas) convidou a rapariga para naquela noite aparecer no palácio para a sua festa de aniversário. Maria Moura aceitou o convite do príncipe e muito contente foi para casa arranjar-se para a festa.
À noite, Maria Moura chegou ao salão de baile e trazia uma caixa na mão. O príncipe satisfeito por Maria ter aparecido, dirigiu-se a ela de imediato. Maria disse-lhe:
– Parabéns príncipe! Aqui lhe trago o meu presente!
O príncipe espreitou e ficou maravilhado com o que estava lá dentro, um cachecol feito de pele de macaco e umas botas feitas com pele de crocodilo.
Os dois foram para o salão de baile dançar, até que Maria Moura caiu, fazendo o príncipe, cair com ela.
Maria ficou envergonhada, pois tinha à mostra o seu maior segredo, a sua cauda de raposa. Também o príncipe ficou com o seu segredo a descoberto, pois quando caiu, o seu barrete saltou… Para seu espanto, ninguém se riu ou gozou e ambos sentiram-se aliviados, rindo-se de si próprios e assumindo corajosamente os seus defeitos. Seguiram alegres para o banquete onde havia um enorme repuxo feito de chouriços. Até houve quem dissesse: “Parece que estao a chover chouriços!“
Estava tudo a correr bem quando de repente um dos convidados gritou:
– Que horror! Comida sem sal!
Ouvindo o grito do convidado, o cozinheiro foi a correr até à sala e anunciou que se tinha distraído com a final do programa “Master Chef” que estava a passar na televisão em direto da Ilha de Timor e por isso, não pôs sal na comida.
Depois do aniversário, o príncipe e Maria Moura voltaram a estar juntos várias vezes até ao dia em que o príncipe a pediu em namoro e esta aceitou, revelando o seu amor por ele.
Após um ano, decidiram casar-se e a data escolhida foi o dia 25 de dezembro.
No dia especial, o príncipe lembrou-se de por uma meia de natal no altar, pois quem iria levar as alianças seria o Pai Natal.
O Padre, Caio Carpo, declarou-os marido e mulher e depois de se ouvirem estas palavras os quatro músicos começaram a tocar e a animar a festa. Sabem quem dançou mais? Foi o par Pai Natal e Lucinda que nunca mais voltou para a cama!