Quando, em meados dos anos 1970, ainda antes do final da Guerra Colonial, trouxe consigo dois macaquitos de África, Carlos Teixeira estava longe de pensar no resultado da importação. O Malaquias e a Miquelina, primeiro, e um casal de leões pequeninos, uns anos mais tarde, foram o embrião de um jardim zoológico improvável.
Quando foi eleito pela primeira vez como presidente da Junta da Maia, Carlos Teixeira meteu na cabeça a ideia de criar uma atração para a freguesia e também para a cidade. Foi o que fez.
Vocacionado para as visitas escolares, o Zoo da Maia já chegou a contabilizar um milhão de visitantes por ano. “Chegamos a ter dias aqui com 60 autocarros estacionados à porta”, conta, orgulhoso. Em pleno processo de reestruturação e alargamento, o Zoo está também, assim o espera Carlos Teixeira, “em vias de finalmente conseguir a legalização”.
Com apenas 30 mil metros quadrados, já contabilizando a área agora adquirida, o Zoo da Maia foi durante muito tempo o segundo maior do País e ainda consegue o feito extraordinário de ser autossuficiente.
Para isso muito contribui a dedicação diária dos cerca de 60 funcionários da junta. Nesse particular, Paula Telinhos e Paulo Carneiro, dois dos técnicos do zoo têm um papel fundamental. Foram eles, por exemplo, que projetaram o novo reptilário, um espaço pensado e desenhado não apenas para os visitantes “mas também para o apoio aos animais”. Com um projeto pedagógico e também científico, não são apenas os mais pequenos que o visitam, mas também faculdades (até recebem estagiários). Com marcação prévia no mínimo de 19 dias é até possível assistir ao nascimento de crias de pequenas aves, cuja fecundação é programada. No vidro da sala de incubação, através de um televisor, é possível ver em tempo real um dos ninhos que está a ser monitorizado.
Mas atrações é coisa que não falta no zoo.
Desde logo, Nico, o leão-marinho, que agora não tem feito atuações por estar à espera de mudar para a nova casa, Ágil, o gibão, que trepa até ao cimo do enorme eucalipto e avisa para a mudança do tempo com um dia de antecedência, e também Niki e Júnior, os dois ursos-pardos, a quem nunca falta apetite.
Zoo da Maia
R. da Igreja, Maia T. 22 944 2303 Seg-Dom 9h-19h €2 a €7,50 www.zoodamaia.pt