Todos os anos, em outubro, o Governo tem de preparar e apresentar o Orçamento do Estado* para o ano seguinte. O Orçamento do Estado não é muito diferente das contas que fazemos ao dinheiro que temos para viver. De um lado, temos as receitas (que são como as nossas mesadas) e, do outro lado, as despesas (que são os nossos gastos).
A maior parte da “mesada” do Estado vem dos impostos pagos pelas famílias e pelas empresas. Os impostos são cobrados sobre uma parte dos salários dos teus pais, das pensões dos teus avós e ainda sobre o valor das nossas casas.
Mas também estão em quase tudo o que compramos para consumir: nos alimentos e nas bebidas, nas roupas, no material escolar, nos transportes, nos combustíveis, nos carros, etc.
Já as despesas do Estado incluem todo o dinheiro que é preciso para governar o País: pagar salários aos professores, polícias, médicos, etc., e pagar tudo o que é preciso para o funcionamento das escolas, esquadras, hospitais, etc.
O ideal é encontrar um equilíbrio entre o que se recebe e o que se gasta. Mas há sempre qualquer coisa que corre mal, e as despesas crescem mais do que o Governo julgava quando entregou a sua proposta de Orçamento do Estado no Parlamento, no ano anterior.
E não são só os gastos que sobem. Por vezes, as receitas dos impostos também “encolhem” mais do que se pensava.
Quando o Estado chega ao fim do ano sem dinheiro para pagar todas as suas despesas, esse “buraco” chama-se défice orçamental e é “tapado” com dívida, ou seja, com o dinheiro que é pedido de empréstimo às famílias, aos bancos, e até ao estrangeiro. Por isso, sempre que há défice, a dívida de Portugal aumenta.
* Estado é o grupo de instituições que administram um país. Inclui os tribunais, a Presidência da República e o governo, entre outros.
Este artigo foi originalmente publicado na VISÃO Júnior n.º 150 e editado a 31 de outubro de 2024