Os cientistas que investigam os nossos antepassados fizeram, nos últimos dias, grandes descobertas. No dia 24 de junho, em Israel, um grupo de paleontólogos anunciou a descoberta de uma espécie de hominídeo ainda desconhecida, com 126 mil anos, uma época em que os humanos modernos (como tu) ainda coexistiam com os neandertais. Um dia depois, uma revista científica publicou um trabalho sobre outra espécie nova, batizada homem dragão, que, pensam os cientistas, será mais parecida connosco do que os neandertais.
O homem dragão recebeu este apelido porque foi descoberto na região do rio Dragão, na cidade de Harbin, China, mas o seu nome científico é Homo longi e terá vivido há 146 mil anos. Para os especialistas que estudam o crânio que ali foi encontrado, o homem dragão será o parente mais próximo do homem moderno, uma grande novidade que vem criar alguma confusão àquilo que se sabia sobre a evolução do Homo sapiens.
Ora vamos lá a ver: ao contrário de ver o Homo sapiens como uma espécie única, tal como aprendes na escola, as novas teorias garantem que, há 200 mil anos na Terra havia sete espécies humanas diferentes a coexistir. Além de partilharem o habitat, relacionavam-se e tinham filhos. «Seriam o Homo sapiens, o de Neandertal, o Homo daliensis, o Homo erectus, o Homo floresiensis, o de Luzón e este novo Homo longi», afirma Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, um dos autores dos estudos sobre o homem dragão.
Uma história de filme
A história desta descoberta quase parece um filme. Em 1933, um homem que trabalhava na construção de uma ponte encontrou o fóssil de um crânio e escondeu-o dentro de um poço, para que não fosse levado pelos japoneses durante a guerra com a China. Pouco antes da sua morte, em 2018, revelou o seu segredo à família, que o ofereceu ao Museu de Geociências da Universidade de Hebei.
O crânio pertenceria a um indivíduo do sexo masculino, de 50 anos, com o nariz largo, sobrancelhas baixas, dentes grandes e boca larga. O seu crânio podia conter um cérebro do mesmo tamanho que o nosso.
Entretanto, um grupo de paleontólogos israelitas anunciou ter descoberto fragmentos de crânio e de uma mandíbula (maxilar inferior) que deverão pertencer a uma nova espécie de hominídeo que terá vivido entre 140 e 120 mil anos. Sem queixo e com dentes muito grandes, este Homo de Nesher Ramla (assim apelidado devido ao local onde foi encontrado) pode ter sido um antepassado dos neandertais e das populações da Ásia.