“Quantos mais miúdos chegam, mais nervosa fico”, diz Júlia Carmona, uma das locutoras da Rádio Miúdos e apresentadoras da festa “Miúdos a Votos”. A sua colega, Luana Custódio, já ensaiou o guião da apresentação do espetáculo que encerra a eleição dos livros mais votados.
Luana Custódio tem 14 anos e faz rádio há quatro. Está habituada às curiosidades dos outros meninos e meninas que não conhecem os estúdios de rádio. A maioria gosta de saber como funciona uma mesa de mistura, quer mexer nos botões e ouvir a própria voz ao microfone.
“Todas as pessoas têm potencial para trabalhar na rádio”, diz a locutora. “A comunicação oral é a mais utilizada e tem de ser a mais direta. Por isso, a escolha de vocabulário é importante”, explica Luana.
Este ano, é a oitava vez que a iniciativa se realiza. A revista VISÃO Júnior e a Rede de Bibliotecas Escolares organizam a eleição dos livros preferidos dos alunos entre o 1º e o 12º anos, de várias escolas do País. A Fundação Gulbenkian, em Lisboa, recebeu na quarta-feira, 29, 300 crianças e adolescentes participantes de “Miúdos a Votos”.
Este dia de festa vai ficar na memória de mais duas locutoras da Rádio Miúdos. Laura e Leonor partilham, há um ano, uma hora de emissão semanal online, mas nunca se tinham encontrado ao vivo, “em carne e osso”. Ambas são de Lisboa e todas as quintas-feiras se juntam online para fazer o programa, em que falam dos seus interesses e muito mais, numa linguagem informal.
Votar: O poder da escolha
Ao mesmo tempo, no Auditório 3, Rita Canas Mendes foi a anfitriã de duas turmas, uma da Escola da Mata, de Estremoz, em que todos os alunos do 2º e 3º anos traziam boné e t-shirt branca e calções de ganga; outra da Escola EB do Ave, da Póvoa de Lanhoso.
A escritora e tradutora Rita Canas Mendes trouxe o livro Eu Voto. Contando a sua história, com voz doce e suave, começa a falar de eleições, políticos, poder, entre outros assuntos. Na conversa com a escritora ficamos a perceber que ao discutirmos as nossas preferências com os outros podemos influenciá-los nas suas escolhas.
Enquanto nos “Miúdos a Votos” os candidatos são livros escolhidos pelos alunos, nas eleições legislativas ou nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, no dia 9 de junho, são pessoas. As explicações continuam sobre as diferenças entre o voto público e o voto secreto o que é a abstenção e as razões que levam as pessoas a não irem às urnas colocar a cruz no boletim de voto.
Desde que fez 18 anos, Rita Canas Mendes nunca falhou uma eleição: “Gosto muito de votar e sentir que a minha voz está a ser ouvida.”
Corta, cola, desenha e pensa
De Sines chegou o grupo de estudantes finalistas da Escola EB N.º 3 e instalam-se em redor das três meses disponíveis para idealizarem e criarem uma capa da VISÃO Júnior.
O assunto, o desenho, a fotografia e a chamada de capa são muito importantes para despertar a curiosidade dos leitores e comprarem a edição.
Nas capas em tamanho A4 desenham-se várias ideias, algumas relacionadas com o livro O Lápis Mágico de Malala, os animais mais raros do mundo ou os melhores sítios para ir passar férias. Os alunos entre os 9 e os 11 anos trocam lápis, canetas, papel colorido e tesouras. Todos querem fazer a melhor capa, para quando estiver exposta no painel chamar a atenção de quem vê.
Vozes unidas por um mundo melhor
Noutro auditório, Mafalda Cordeiro, autora do livro A Tua Voz Importa recebe a turma do externato A Minha Escola, de Paço d’Arcos. Rapidamente a conversa aborda temas como a liberdade de expressão e o direito à opinião que todas as pessoas têm.
“Tudo o que se diz é importante”, sublinha Mafalda Cordeiro. Elogiar um amigo conta, perceber o que está escrito numa ementa conta, as regras são importantes para não haver confusão, mas as pessoas têm uma voz ativa.
E de que forma a política está presente no dia a dia dos cidadãos? Os braços no ar primeiro e as respostas depois falam de Educação, Saúde, Trabalho, entre outras áreas.
Cada material no seu ecoponto
O ateliê Academia Ponto Verde: Reciclar é na boa continua a ser importante para passar a mensagem que reciclar é preciso e nunca é demais lembrar que não se devem misturar os diferentes materiais nos vários ecopontos – verde para vidro, azul para papel e amarelo para plástico. É uma forma de poupar recursos naturais, bem como de poupar espaço em aterro. Além disso, também reduz os níveis de poluição.
Dicas como “não se esqueçam de espalmar as embalagens” fazem toda a diferença.
Quando se fala de energias renováveis – da eólica a partir do vento, da solar ou da hidráulica com água – todas as crianças começam a dominar o assunto e a conversa continua até à hora de almoço com um piquenique nos jardins e anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian.