Se gostas de manga ou de banda desenhada em geral, temos uma boa notícia para ti. Joana Rosa é uma artista portuguesa que lançou recentemente o primeiro volume de The Mighty Gang (O Gangue Poderoso, numa tradução livre do inglês), que conta a história de três adolescentes com poderes que têm de enfrentar criaturas terríveis.
O livro começou por ser uma experiência quando a autora era ainda adolescente e descobriu a manga. Fascinada por aquelas histórias cheias de ação e desenhos a preto e branco, tentou desenhar as suas próprias histórias. Começou, o «bichinho» foi crescendo, e nunca mais parou.
Falámos com Joana para o tema de capa da edição de janeiro da VISÃO Júnior, em que te falamos sobre manga, a BD japonesa. Aqui, podes descobrir mais sobre a autora e o seu trabalho. Para além de BD, Joana trabalha também como ilustradora e realiza workshops de desenho em estilo manga para miúdos como tu, que querem aprender a criar as suas próprias personagens.
Na revista deste mês, ela ensina-nos, passo-a-passo, como desenhar um típico rosto em estilo manga. Se gostavas de aprender, não percas.
Quando começou a escrever e a desenhar ‘The Mighty Gang’?
Tudo começou como uma experiência no secundário. Eu tinha uns 15 anos e queria estudar Animação, mas tive um problema num pulso que me impedia trabalhar muitas horas, como a animação exige. Então, pensei noutra coisa que pudesse fazer que fosse parecida com animação – e surgiu a BD. Nessa altura, por acaso, também comecei a ler manga, porque os meus amigos me falaram desses livros e eu gostei imenso por serem superdinâmicos e não usarem cores. Então, decidi fazer uma experiência e desenhar.
E via anime (desenhos animados japoneses) na televisão?
Sim, via Dragon Ball, A Navegante da Lua, Kimba, o Leão Branco e Digimon, que eu adorava, mas eu não sabia que eram animações japonesas. Via muito, de tal maneira que foram uma grande influência no meu trabalho. As pessoas da minha geração que lerem o The Mighty Gang (TMG) vão perceber referências a essas séries. Espero que gostem muito!
Então, ‘TMG’ nasceu nessa altura?
Sim, foi a minha primeira experiência a desenhar BD. E gostei tanto daquilo que acabei por pegar na história e trabalhei mais o argumento, as personagens e o design e acabou por se tornar um projeto pessoal que foi evoluindo. O primeiro capítulo foi refeito umas cinco vezes até eu achar que estava perfeito. Só o dei por pronto a publicar em 2010! Publiquei-o numa revista portuguesa de manga portuguesa que já não existe, a Banzai; os outros foram saindo aos poucos, num jornal que se chamava Jankenpon. Quando saí do Jankenpon, criei a minha própria editora, a Djinn, com a Teodora Costa e o Pablo Simas, através da qual publiquei ‘TMG’.
Quer dizer que começou o livro há 17 anos!
Sim, é verdade (risos). E ao longo do livro os leitores podem ir vendo a evolução do meu estilo. No início, era um estilo muito colado à manga, mas foi-se alterando, com influência dos comics americanos e da BD europeia. Em 2020, comecei a trabalhar no segundo volume. Ambos os volumes têm um final mais ao menos aberto, porque não quero que as pessoas se sintam obrigadas a comprar os volumes seguintes.
Quantas páginas tem o primeiro volume?
Tem 300 páginas, é um calhamaço!
Qual é a história de ‘The Mighty Gang’?
São três jovens que têm poderes dos elementos: luz, sombra e água. A história é sobre a sua jornada para descobrir quem realmente são. São três adolescentes, com 15 e 16 anos. Há outras duas miúdas que têm poderes como eles – do vento e do fogo – mas já são jovens adultas. Este gangue vai enfrentar umas criaturas que, por alguma razão, lhes quer roubar os poderes. O leitor vai poder acompanhar o crescimento deles e crescer com eles, pois no final da história já vão ter 30 e tal anos. No início, parece tudo muito shonnen, mas no segundo volume a história vai «escalar» rapidamente!
É indicado para que idades?
No início, pensei que seria para maiores de 16 anos, que é a idade da personagens, mas há muitos miúdos novos a ler. Ao longo do tempo, fui ganhando leitores que vão dos 9 aos 40 e tal anos.
Pode aconselhar aos leitores da VISÃO Júnior algumas histórias de manga? Para além do seu livro, claro!
Para os mais velhos, aconselho Naruto e Dragon Ball que, apesar de ser um clássico, penso que iriam apreciar. Também recomendo My Heroe Academia.
Nota: Por lapso, na edição nº 212 da VISÃO Júnior, que se encontra à venda nas bancas, o nome da autora está errado. Em vez de Joana Sousa, deve ler-se Joana Rosa. Pelo inconveniente, pedimos desculpa à autora e aos nossos leitores.
No final dos anos 90, quando os Bus Stop cantavam Kung Fu Fighting e as Spice Girls se separavam definitivamente, três adolescentes encontram-se acidentalmente a caminho de uma Londres fictícia.
Do nada, uma criatura dispara rajadas para os prédios à sua volta num desafio à luta. Johanna, Andre e Sarah aparecem para a enfrentar e, no processo, revelam a sua natureza. Johanna controla a luz, Andre controla a água e Sarah as sombras. A partir deste momento, o trio compromete-se a investigar os Daimonics e resolver o mistério das suas próprias origens.
TMG VOL.1 reúne os primeiros 12 capítulos da saga de ‘The Mighty Gang’. O conteúdo extra inclui duas histórias curtas.
The Mighty Gang – volume 1
Joana Rosa (autora)
Editora: Djinn
Podes descobrir mais sobre TMG e o trabalho da artista na sua página de Instagram.