Estavam entusiasmados com a ideia de partir à descoberta deste lugar, junto à praia. Os monitores organizaram vários grupos e o grupo da Joana e do Júnior integrava também, mais duas raparigas, a Alice e a Matilde que, pela primeira vez, participavam nestas aventuras.
– Vai ser um fim de semana brutal! Ouvi dizer que nesta praia, às vezes, dão à costa, alguns barcos perdidos, que ninguém sabe de quem são, pois os seus marinheiros nunca apareceram…
Perante esta confissão do Júnior, as meninas encolheram-se ainda mais e a Alice disse com voz trémula:
– Ainda não partimos Júnior, mas admito que já tenho um bocadito de medo…
– Miúdas!! Não se pode contar uma história, que fazem logo um filme. Não tenham medo, que eu tomo conta de vocês.
E partiram…
Cada grupo procurou o seu caminho, seguindo o mapa que tinha na mão. O objetivo era encontrar um tesouro escondido.
Pelo caminho, o Júnior ia acrescentando pormenores à história inicial, mais um barco afundado, mais alguns marinheiros desaparecidos, mais uns temporais, mais uns detalhes assustadores e eis que, já sem vista dos outros grupos, o Gão que também acompanhava o grupo, começou a ladrar intensamente. Todos pararam.
Junto à beira da água, um pequeno bote ondulava ao sabor das ondas, como que a convidá-los a entrar. Um arrepio percorreu-lhes o corpo. A pobrezinha da Alice ainda nem se tinha recomposto da história do Júnior e agora isto …
– Não vos disse?! Acreditam agora? – gritava o Júnior, enquanto metia uma perna no bote.
– Que fazes? Olha que o barco pode afastar-se! – exclamou a Alice.
– Arrr, marinheiros, subam a bordo! Venham, que os piratas aproximam-se! – entoava o Júnior, qual marinheiro, ao leme do seu galeão.
– Eu também vou! – gritaram a Joana e a Matilde.
– Cuidado que o barco não está preso! – adiantava a Alice, ainda do lado de fora.
Não por muito tempo, os outros já dentro do barco, embalados pelas histórias de piratas, lá convenceram a pequena Alice a entrar. Não tardou muito que estivessem lá todos, menos o Gão. Esse, não gostava de barcos e muito menos de água. Saltava e rebolava na areia e sem saber o que fazer, via o barco a afastar-se cada vez mais da praia entre as cantorias e os gritos entusiasmados do grupo.
Foi então que a Matilde exclamou:
– Já repararam que o Gão está cada vez mais pequeno?!
Os outros, pararam de repente. Nem queriam acreditar. O nevoeiro cobria-lhes a vista e depressa deixaram de ver a praia. Estavam completamente à deriva, perdidos no mar.
Depressa se fez noite. O Gão, o único que não subiu ao barco, fez o caminho de volta até ao acampamento. Durante a noite, todos os outros procuraram junto à praia e gritavam pelos seus nomes.
Quando os primeiros raios de sol surgiram, sem terem percebido bem porquê, o barco regressou à praia, trazido pelas marés. Foi a alegria total. Estavam exaustos e todos tinham aprendido uma lição – aventuras sim, mas em segurança!
Trabalho dos alunos do 5.ºA do Colégio de S. Mamede, Batalha, com os professores Isabel Mendes e Paulo Ferreira