Foi durante a oficina de escrita, no âmbito do estudo de Português, que a professora Catarina Silva, do 4.ºA da EB Martim de Freitas, em Coimbra, apresentou aos seus alunos o poema “Bati à porta das nuvens”, da escritora Elisabete Bárbara.
E lançou-lhes um desafio: mostrarem a sua veia poética e continuarem o poema, tentando seguir o estilo da escritora. Com a ajuda da professora Hilda Gonçalves, do Centro de Formação Minerva, a turma aceitou o desafio e meteu mãos à obra.
Orgulhosa do trabalho dos seus alunos, a professora Catarina enviou-nos o poema, que contou com uma ajuda preciosa: a ilustradora Carla Nazareth colaborou neste projeto e cedeu à turma a ilustração que vês acima, adaptada do livro Um Mundo de Famílias (Editorial Comanegra, 2013).
Agora podes ler o poema terminado. A negrito, está o original de Elisabete Bárbara e a partir daí, o texto criado pelo 4.ºA. Parabéns a todos!
Bati à porta das nuvens
E pedi-lhes bocadinhos de algodão
Que não lhes fizessem falta
Tive sorte, era dia de céu limpo e
Estavam em arrumação
Encheram-me os bolsos do bibe
Com a minha imaginação
Que é leve e alto voa
Como o branquinho algodão.
Bati à porta do sol
E pedi-lhes uns raios de calor
Que não lhe fizesse falta.
Tive sorte, era dia de céu aberto e
Estava de bom humor.
Encheu-me os bolsos do bibe
Com o meu amor
Que é forte e aconchegante
Como a luz e o calor.
Bati à porta do vento
E pedi-lhe uma brisa suave
Que não lhe fizesse falta
Tive sorte, era dia ventoso e
Estava exausto de tanto soprar
Encheu-me os bolsos do bibe
Com a minha criatividade singular
Que é poderosa e grande
Como uma brisa suave.
Bati à porta da chuva
E pedi-lhe chuviscos
Que não lhe fizesse falta
Tive sorte, era um dia chuvoso e
Estava com saudade
Encheu-me os bolsos do bibe
Com salpicos de bondade
Que eram glamorosos e graciosos
Como leves chuviscos.
Bati a porta do céu
E pedi-lhe para entrar
Para matar a saudade
De quem ali está
Tive sorte, estavam à porta e
Deixaram-me entrar
Depois de abraços e promessas
Atenuei as saudades
Para nunca mais chorar.