Acabar com a pobreza, promover a paz e a justiça, garantir que todas as crianças vão à escola e proteger a vida marinha – estes são apenas alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma espécie de “lista de coisas a fazer em nome dos povos e do planeta”, com que os líderes dos países se comprometeram a cumprir até 2030.
A ideia é que todos juntos, governos e cidadãos, consigamos ter um mundo melhor. E como as crianças e os jovens são cidadãos de pleno direito, tal como os adultos, a UNICEF quer envolver todos nesta missão.
“O que é a UNICEF?”, perguntas. É a maior organização do mundo de defesa das crianças e está ligada às Nações Unidas. A UNICEF criou a iniciativa A Maior Lição do Mundo, em parceria com a Direção-Geral da Educação, que desafia miúdos como tu a pensar e a agir de acordo com os ODS.
Esta é a oitava edição, e o ODS que tiveram de trabalhar neste ano foi Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Nela participaram 836 alunos, do Pré-escolar ao Secundário, que, com a ajuda dos professores, realizaram 17 projetos.
Um dos projetos vencedores intitula-se Todos Somos Paz e foi realizado por 95 alunos do 10.º e 12.º anos, do Ensino Secundário e Profissional da Escola Secundária de Fafe, que contaram com a ajuda das professoras Paula Ferreira, Alice Gonçalves e Fátima Neves.
Durante meses, pesquisaram sobre os conflitos mundiais e contactaram instituições do concelho de Fafe, para conhecerem as condições de vida dos habitantes. Realizaram trabalhos, criaram uma página na internet, onde podem ser consultados os resultados da investigação, e envolveram-se em ações de voluntariado na sua terra.
“Quando começámos a investigar, não tinha ideia da quantidade de conflitos que estão a acontecer no mundo e da sua gravidade”, diz-nos Beatriz Oliveira, de 17 anos. “Os nossos colegas também ficaram surpreendidos. Não tinham noção, por exemplo, do impacto que a guerra tem nas crianças”, acrescenta Diogo Faria, o colega que também participou no projeto.
Mas, além do trabalho de pesquisa, os alunos também meteram a mão na massa e inscreveram-se em ações de voluntariado locais. “Participámos em recolhas do Banco Alimentar e ajudámos no canil municipal. É preciso estar atento ao que se passa à nossa volta”, alerta Beatriz.
Quanto ao papel dos jovens no mundo, os dois colegas, que querem ser professores de História, defendem que os jovens têm uma visão do mundo diferente da dos adultos. “Estamos, por exemplo, mais preocupados com o ambiente e temos de ser a força que atua, porque o mundo é para nós!”
Este artigo foi originalmente publicado na edição n.º 242 da VISÃO Júnior