1. O Contador da História, Teatro da Comuna
Portugal tem 881 anos de idade. João Mota, fundador da Comuna – Teatro de Pesquisa em 1975, tem 82. O ator Carlos Paulo, 73. Este é, pois, um espetáculo cheio de experiência em palco. Tudo gira em torno de um velho, mas robusto e bem conservado, contador. O título desta peça pode remeter imediatamente para alguém que vai contar-nos histórias da História. Mas mal entramos na sala da Comuna, percebemos que o “contador” é mesmo um daqueles móveis antigos cheios de pequenas gavetas. Ao seu lado, o narrador, Carlos Paulo, vai decidindo quais abrir e quais fechar. Sem grande sucesso, o corifeu, chefe do coro grego (interpretado por Margarida Cardeal), vai alertando para os perigos que podem vir de algumas dessas gavetas, tentando impedir que sejam abertas… Cada uma nos leva para períodos da História de Portugal marcados por ruturas e grandes mudanças.
Há um lado didático em todo este dispositivo cénico que se desdobra em breves quadros sobre a nossa História. Quando sabemos a origem deste texto inédito de António Torrado (1939-2021), percebemos melhor porquê. Jorge Sampaio, enquanto Presidente da República, encomendou a João Mota um texto que pudesse ser apresentado numa visita oficial a França e à Bélgica e que, falando na nossa História, desembocasse no 25 de Abril. Fragmentos desse texto, escrito então por Torrado a pedido de João Mota, foram lidos nessa ocasião (mas sem uma encenação teatral) e agora toda a ideia foi recuperada para a resposta da Comuna ao desafio de participar nas comemorações oficiais do cinquentenário da Revolução dos Cravos. Teatro da Comuna > Pç. de Espanha, Lisboa > até 7 dez, qua-qui 19h, sex-sáb 21h, dom 16h > €15
2. A Bunda Preta da Chuvinha, Teatro Municipal Joaquim Benite
É apresentado como uma “balada da Margem Sul”, este novo espetáculo da Companhia de Teatro de Almada. O autor e encenador, Rodrigo Francisco, inspirou-se na peça do norte-americano August Wilson Ma Rainey’s Black Bottom para nos apresentar a artista Chuvinha e os seus músicos – entre o “gueto”, a revolta e os sonhos. Nos dias 9, 16, 23 e 30 de novembro há conversas com o público às 18h. Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada > até 1 dez, qui-sáb 21h, qua e dom 16h > €13
3. Rita, Teatro Variedades
Para o público de teatro em Lisboa, o Variedades, no Parque Mayer, voltou este ano a ser uma opção. E abre agora as suas portas à celebração dos 50 anos de carreira da atriz Rita Ribeiro, que interpreta um monólogo (escrito por Sandra José, encenado por João Ascenso e com figurinos de Dino Alves) sobre o seu percurso. Nascida em 1955, filha do ator Curado Ribeiro e da atriz Maria José, Rita conheceu desde cedo as emoções da vida nos palcos em vários registos: música, teatro, televisão… Agora, chegou a vez de representar a sua própria vida. Teatro Variedades, Lisboa > até 17 nov, qua-sáb 21h, dom 16h > €14