Depois de uma primeira aventura a solo, em 2008, com o álbum Companhia das Índias, Rui Reininho regressou no verão passado em nome próprio com 20 000 Éguas Submarinas, um trabalho surpreendente pelo modo como se afasta do universo pop-rock onde sempre vagueou, desbravando um novo caminho feito de experimentalismos vários, sons da Natureza, eletrónica vintage e as sonoridades budistas de taças e gongos tibetanos.
O concerto no Lux, em Lisboa, voltou a ser adiado – agora para 17 de março
Feito em parceria com o músico e produtor Paulo Borges, o disco é resultado de um trabalho de pesquisa e descoberta a dois, ao qual se juntaram outros parceiros musicais durante o caminho e que teve como figura tutelar a terapeuta musical holandesa Jacomina Kistemaker, de quem Rui Reininho se tornou discípulo nestes últimos anos. “Foi ela a inspiração que espoletou isto tudo”, disse à VISÃO, aquando do lançamento do álbum, descrito pelo próprio como “uma peça de artesanato, daquelas que demoram algum tempo a moldar”.
Para quem está mais habituado ao velho Rui Reininho dos GNR, esta aventura a solo poderá soar algo estranha, no modo totalmente experimental como quase renega o universo pop-rock da banda que no ano passado celebrou 40 anos de carreira. “Foi o resultado de um processo de descoberta, em que passámos horas a ouvir eletrónica antiga e outras coisas sem qualquer utilização prática na minha outra vida com os GNR, naquilo a que eufemisticamente chamei de ‘Stockhausen dos pobres’”, diz com um humor que também leva, como sempre, para o palco. Ao todo, foram gravadas mais de duas horas de música, reduzidas a um álbum de 40 minutos que, em 2022, continua a ser apresentado em vários palcos do País.
Rui Reininho > Auditório de Espinho > R. 34, 884, Espinho > T. 22 734 1145 > 22 jan, sáb 21h30 > €10