São preciosos os 30 minutos de podcast que, de segunda a sexta, às 13 horas, são lançados nas redes sociais do Teatro Nacional de São Carlos. O programa, em formato áudio, é uma das três rubricas da iniciativa #São Carlos em Sua Casa, que pretende dar continuidade ao trabalho daquela que é considerada a sala da ópera em Portugal. Nestes podcasts, o relato de Jorge Rodrigues cruza-se com composições de grandes óperas, a voz de cantores e personalidades que, por alguma razão, estiveram ligadas a este teatro. “Faço para que, todos os dias, haja uma referência a esta sala que é património de todos, tento contar e refazer a sua longa história”, explica o narrador e autor.
Funcionário do teatro há 40 anos, Jorge diz “já ter vivido um sexto da vida do teatro.” É anfitrião do Festival ao Largo, baixo no Coro do Teatro Nacional São Carlos, encenador, radialista, apaixonado pela ópera. “Tenho a minha experiência e a memória viva do aqui se passou, no século XX, e também do que me contavam artistas, como Gino Bechi.” É a partir destas histórias “que tentam cair na alma de quem as escuta” que se fica a conhecer um pouco mais sobre os 227 anos desta sala, mas também curiosidades. Como a do episódio 5, intitulado Mécia e Jorge de Sena Comungando No Ouvir, onde a própria Mécia de Sena, falecida recentemente, fala sobre namoriscar com o marido, Jorge de Sena, no Teatro Nacional de São Carlos. “Este foi um tema que nos caiu em cima, tal como o de Zoltán Peskó, falecido nesta quarta, 31, e que foi maestro titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa”.
A iniciativa #São Carlos em Sua Casa inclui também a rubrica Eu, Músico, com a participação de elementos do coro do teatro e da Orquestra Sinfónica Portuguesa que, em registos curtos de vídeo, interpretam excertos de obras, sugerem concertos e partilham mensagens.
Por último, na secção Em Arquivo Sempre em Sua Casa dá-se ainda mais espaço à memória, com o lançamento de conteúdos digitais provenientes de vários arquivos, como o da RTP, e onde é possível descobrir pormenores sobre a passagem de Maria Callas pelo São Carlos e outras curiosidades, como a reabertura de temporada, em 1965, em que se descobre um jovem Marcelo Rebelo de Sousa, à altura um rapaz de 17 anos, a acompanhar o pai, Baltazar Rebelo de Sousa, à opera. Reaviva-se a memória, antes de voltarmos todos ao belíssimo Teatro Nacional de São Carlos.