Desde que se deu a conhecer, em 2006, com o aclamado álbum de estreia Real Life, Joan Wasser ganhou de imediato um lugar na galeria das vozes mais notáveis deste novo século. Como aliás se comprovou, nos anos seguintes, nas sucessivas colaborações com gente tão distinta como Nick Cave, Lou Reed, Anthony Hegarty, Rufus Wainwright ou Lloyd Cole.
Os trabalhos seguintes, To Survive (2008) e The Deep Field (2011), apenas a confirmaram como uma das maiores cantautoras da atualidade, que a cada disco se reinventa enquanto artista. Assim aconteceu mais uma vez em 2014, no surpreendente The Classic, um disco no qual se aventura, pela primeira vez, pelos terrenos da soul e do jazz, que lhe valeu comparações com Amy Winehouse, a quem, segundo consta, pretendia mesmo homenagear.
E assim voltou a ocorrer no novo Let It Be You, editado no início do ano e que representa mais uma volta de 360 graus no universo estético e musical da cantora e instrumentista mais conhecida como Joan as a Police Woman. Segundo a própria, o disco, assinado a meias com o músico nova-iorquino Benjamin Lazar Davis (líder dos Cuddle Magic), surgiu de “uma paixão conjunta de ambos pela música africana”. As noites seguidas a ouvir velhos discos de pop africano despertou-lhes a vontade de trabalharam juntos e depressa começaram a compor “a quatro mãos”.
O resultado foi um trabalho mais próximo das batidas R&B e electropop tão em voga nos tops da atualidade, que tanto fazem lembrar Beyoncé como remetem para uns Vampire Weekend. Um disco assumidamente para dançar que Joan, a mulher para quem Jeff Buckley escreveu um dia o tema Everybody Here Wants You, apresenta agora a Portugal na companhia de Benjamin Lazar Davis, em dois concertos – ou antes duas festas – onde o mais difícil será mesmo ficar quieto.
Teatro das Trindade > Largo da Trindade, 9, Lisboa > T. 21 342 3200 > 20 mar, seg 21h30 > €15 a €30
Theatro Circo > Av. da Liberdade 697, Braga > T. 253 203 800 > 21 mar, ter 21h30 > €20