1. Sempre a crescer
A edição de 2024 do Correntes d’Escritas, o encontro de escritores de expressão ibérica da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, será seguramente a maior de todas. Pelo conjunto de convidados – de 16 nacionalidades, entre autores, ilustradores, editores, tradutores, artistas plásticos ou músicos –, mas também pela variedade de propostas do programa. No centro, 12 mesas com temas retirados de poemas/canções.
2. José Gil
As Correntes arrancam com a conferência de abertura de José Gil. Apresentado por José Carlos de Vasconcelos, diretor do Jornal de Letras e fundador da VISÃO, o pensador e ensaísta falará, nesta quarta, 21, às 15h, no Cine-Teatro Garrett, onde decorre o grosso do festival, sobre literatura e filosofia, sem esquecer o seu último livro, Morte e Democracia, recentemente lançado.
3. Ibero-americanos
Revelar vozes do vasto mundo ibero-americano, em todas as suas expressões, tem sido uma das principais missões do festival. Na língua espanhola, o destaque deste ano vai para Gioconda Belli, poetisa da Nicarágua, a viver o seu segundo exílio em Espanha. Destaquem-se ainda as presenças de Alana Portero, Juan Vicente Piqueras, Pilar Adón ou Víctor Rodríguez Núñez.
4. Da Lusofonia
A língua portuguesa ocupa grande parte da lista de convidados, com escritores de diversos países. Neste ano, sobressai a presença de Ana Maria Machado, autora de uma vasta obra, para jovens e adultos, e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras. Refira-se ainda a participação de Gisela Casimiro e Telma Tvon, duas vozes da lusofonia e do ativismo, atuando tanto na literatura como na performance.
5. Agustina e mais homenagens
Nos 50 anos do 25 de Abril de 1974, não faltam homenagens. Algumas integram o programa das mesas de debate, com frases bem conhecidas da resistência; outras, passagem por evocações locais. Um livro e uma exposição lembram a relação de Agustina com a Póvoa. Numa das novidades deste ano, uma iniciativa paralela celebra o trabalho dos tradutores. O ciclo de conversas A Importância da Tradução em Tempos de Indigência tem curadoria de Michael Kegler e junta Rita Ray, Daniel Hahn, Harrie Lemmens ou Sara Gutierréz. Os saberes da terra são lembrados na instalação de Elisa Ochoa.
6. Corrente de prémios
Uma dimensão importante do Correntes d’Escritas são os seus prémios, nomeadamente o Literário Casino da Póvoa, cuja história é divulgada na exposição Não o prazer, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade, patente na Biblioteca Rocha Peixoto. Neste ano, o júri selecionou como finalistas obras de Joana Bértholo, Paulo Moreiras, Mário Cláudio, Valter Hugo Mãe, Djaimilia Pereira de Almeida, Alia Trabucco Zerán, Enrique Vila-Matas, Mia Couto, Alejandro Zambra, José Gardeazabal, Giovana Madalosso, Fernanda Melchor e Isabela Figueiredo. O vencedor é conhecido neste quarta, 21, às 11 horas.
7. Lançamentos
A centralidade do festival no panorama literário português também pode ser aferida pelo número de livros lançados em cada edição. Neste ano, a lista ascende a 40 títulos, de vários géneros e editoras, com apresentações espalhadas pelos quatro dias do festival. No romance, novidades de Sérgio Godinho, João Paulo Borges Coelho, António Torres, João Paulo Sousa, Vera dos Reis Valente ou Manuel Abrantes. Na poesia, versos de Raquel Patriarca, Ricardo Marques, João de Melo ou José Luiz Tavares. E na reunião de dispersos, crónicas ou nas viagens pela memória e biografia, volumes de Álvaro Laborinho Lúcio, Carmen Yáñez, Hélder Macedo, Cláudia Lucas Chéu. No infantil, obras de Rui Zink, Afonso Cruz ou Adélia Carvalho.
Correntes d’Escritas > Cine-Teatro Garret e outros locais, Póvoa de Varzim > 21-26 fev > grátis > programa completo aqui