Ainda reina o silêncio no Mercado do Bolhão mas, quando reabrir no dia 15 de setembro, as vendedoras de legumes, fruta, peixe, carne e flores, haverão de continuar a brindar os clientes (espera-se!) com os pregões de antigamente. Fechou para obras em maio de 2018 e, quatro anos depois, o histórico mercado do Porto (um projeto de 1914, desenhado pelo arquiteto António Correia da Silva) volta a abrir requalificado e com melhores condições, tanto para vendedores e lojistas como para os clientes.
“Transformação na continuidade” foi o lema do arquiteto Nuno Valentim Lopes, a quem foi entregue o projeto de restauro e de modernização, que teve a preocupação de conciliar os “valores materiais [a arquitetura original do edifício] com os valores imateriais [os vendedores de antigamente]”. Com duas novas praças – a Formosa (entrada pela Rua Formosa) e a do Metro (com entrada direta pela estação de metro do Bolhão), junto à grande escadaria -, o renovado Bolhão ganha ainda mais duas entradas às que já tinha (passam a ser quatro). O sino de abertura tocará a 15 de setembro.
OS NÚMEROS DO RENOVADO MERCADO DO BOLHÃO
- 50 milhões de investimento total (entre o custo da obra de requalificação, a construção da cave logística, o desvio da linha de água, indemnizações e compensações)
- 81 bancas (59 das quais são de comerciantes históricos)
- 10 restaurantes (3 são históricos, 7 serão novos: de carne, peixe e marisco, francesinha e vegetariano)
- 38 lojas no exterior (26 de inquilinos anteriores)
- 87 comerciantes históricos mantêm-se no total
- 10 elevadores (antes não tinha nenhum)
- 4500 produtos licenciados para venda no mercado, em 22 categorias
- 8.555 metros quadrados de fachada
- 5.630 metros quadrados de cobertura