Repetiu vezes sem conta a história da primeira visita à Quinta de Covela, em 2009, perdido na estrada, sob uma chuva tremenda, até encontrar esta propriedade do séc. XVI, na fronteira entre a região dos vinhos verdes e a do Douro. Ainda assim, as palavras de Tony Smith, num português com ligeiro sotaque britânico, preservam o encantamento do momento, partilhado com o sócio, o empresário brasileiro Marcelo Lima. “Tínhamos visto outras hipóteses, em vários países, mas era isto que procurávamos”, conta.
Tomaram conta da quinta em 2011 e lançaram-se no negócio dos vinhos, voltando a contratar os antigos funcionários (inclusive, o enólogo Rui Cunha). “Esta quinta é a prova de que na vida há segundas oportunidades”, diz Paula Pereira, responsável pelo marketing, enquanto passeamos por um dos dois trilhos à disposição dos visitantes (2h30 ou 40 minutos), pelas vinhas, bosques e hortas.
Há qualquer coisa de cenográfico nos espaços, muito por obra de um dos seus antigos proprietários, o cineasta Manoel de Oliveira, que por ali foi construindo aquedutos, muros e casas de granito. “Costumo dizer que estamos no Douro Verde, mas é uma denominação de que ninguém gosta”, reconhece Tony Smith. A originalidade da aposta em monocastas autóctones fez da Covela uma marca de complexo perfil. “Estamos mais perto do estilo clássico dos brancos do que dos verdes”, explica Paula Pereira. Vinhos gastronómicos, a pedirem uma mesa posta sob ramadas (onde são servidos pratos da cozinheira Diana Oliveira, por encomenda). Fizemos a primeira prova e garantimos: promete.
Quinta da Covela > São Tomé de Covela, Baião > T. 254 886 298 > visitas por marcação