Sempre que está bom tempo, Pedro Fangueiro ruma certeiro até ao porto de pesca da Póvoa de Varzim. Não vai ver os barcos a passar, não lhe interessam as lides do mar. Desde que ali foi inaugurado o novo skate parque, no final de 2015, passa tardes inteiras a treinar ollies, slides, grinds e outras manobras. “É um dos melhores skate parques de Portugal”, considera o skater de 18 anos, há oito a deslizar em cima de quatro rodas e a participar em competições nacionais e internacionais.
Para iniciados ou praticantes experientes do desporto radical, o parque de betão idealizado pelo arquiteto e também skater Francisco Lopez dispõe de todas as condições técnicas. Há rampas, lombas, corrimãos e escadas de diferentes tamanhos e até uma bowl (uma piscina, sem água, entenda-se) para mergulhos intrépidos. Ao fim de semana, o rodopio de atletas (de skate e também de BMX), de várias idades, é impressionante. Chegam às dezenas dos arredores e, inclusive, da Galiza. “Às vezes há confusão a mais, mas este movimento vai ser muito bom para o turismo”, diz Pedro Fangueiro, que começa a pensar no futuro, dando aulas aos mais novos. Um deles é José Pena, de 14 anos, há oito meses convertido às emoções deste surf no cimento. “Passo horas seguidas no parque, fiz aqui os primeiros truques.”
O projeto do município da Póvoa de Varzim substitui um equipamento que existiu há cerca de cinco anos e acabou desmantelado por falta de condições. “Na Póvoa, até a rua nos tiraram, pondo proteções em todo o lado. Para praticar tinha de ir para fora, o skate parque mais próximo era o da Maia”, conta Pedro Fangueiro. Uma ausência sentida por muitos e que suscitou vários protestos nas redes sociais. Pouco mais de um mês após a sua inauguração, o êxito deste novo parque mostra como as reivindicações tinham razão de ser.
Os fins de semana no skate parque da Póvoa de Varzim são especialmente concorridos. Praticantes de skate, BMX e muitos curiosos juntam-se no equipamento construído junto ao porto de pesca. Vai um mergulho na bowl?