Comecemos por dizer o que este GNR, Onde Nem a Beladona Cresce (Porto Editora, 248 págs., €22,50) não é: uma biografia dos GNR distanciada e que pretenda analisar o papel da banda no contexto da música e sociedade portuguesa. É, aliás, o próprio autor (Hugo Torres, jornalista do Público, que ainda não tinha nascido quando os GNR editaram o seu primeiro single, Portugal na CEE, em 1981) quem o diz em nota final.
Neste livro de capas duras profusamente ilustrado revisitamos os 35 anos (!) de carreira da banda de Rui Reininho, Tóli César Machado e Jorge Romão a partir das suas próprias memórias, de entrevistas de várias épocas e do que a comunicação social foi escrevendo sobre os GNR.
A parte mais aliciante desta “biografia oficial” é a que recua aos primeiros e conturbados tempos (histórias de um outro Portugal…) sem fugir ao quase fim da banda quando, em 1982, Vítor Rua decidiu colocar-lhe um ponto final (a “Cimeira da Boega”, brinca hoje Reininho, em referência à Pensão, em Vila Nova Cerveira, onde esse episódio começou). Ainda havia muito caminho para percorrer e muitas (r)evoluções no horizonte. Guiados pelos 12 álbuns de estúdio, muitos palcos e cúmplices este livro traz-nos, passo a passo, até 2016. Os concertos de celebração dos 35 anos dos GNR estão quase aí: a 5 de novembro no Multiusos, em Guimarães e a 12 no Campo Pequeno, em Lisboa.
Ouça O Arranca-Coração, canção inédita dos GNR apresentada com a biografia Onde Nem a Beladona Cresce