1. Mustique

Em março, a Mustique pisou pela primeira vez a passarela da ModaLisboa e com ela levou Places We Travel to In Our Dreams, a coleção de verão que explora o imaginário ligado às viagens. Os fundadores da marca, Vera Caldeira e Pedro Ferraz, continuam a apostar na qualidade dos materiais, o algodão puro e o linho, e em novos modelos.
Pela primeira vez, lançam calças em ganga e camisolas de verão de gola alta, pensadas para as noites frescas e aquela hora do pôr do Sol. Fazem ainda parte da coleção duas camisas com bordados tradicionais portugueses, recuperados numa fábrica do Norte, e t-shirts com estampas gráficas cheias de humor. Nas lojas e no site da marca, está também a camisa La Mer, feita em colaboração com a Krus, de Sofia Cruz. “Este lançamento reforça a nossa aposta na colaboração com artistas e na diversificação das coleções”, explicam os fundadores. Nesta edição especial, limitada a 30 camisas produzidas em tencel, sentimos o mar nas pinceladas feitas à mão, nos elementos marítimos e nos tons suaves. R. de Santos-o-Velho, 106, Lisboa > seg-sex 11h-19h, sáb-dom 10h-19h > R. Poiais de São Bento, 90, Lisboa > T. 91 014 7479 > seg-sex 11h-19h, sáb-dom 10h-19h > mustiqueworld.com
2. Cantê
Já lá vão uns bons anos desde que a Cantê deixou de ser apenas uma marca de swimwear, estendendo-se aos sacos de praia, bolsas, chapéus, scrunchies (elásticos de cabelo) e roupa. “Uma coleção de roupa cada vez mais completa”, afirma Rita Soares, uma das fundadoras. Para a estação quente, a marca acenou ao público feminino a partir das ilhas Baleares, com um ¡Hola! Verano, dizem, inspirado nos tons de Maiorca, desde os verdes da Natureza aos azuis (esverdeados) do mar e à terracota das casas. Há saias, mínis e compridas, para conjugar com tops e coletes, peças vendidas em separado, mas que podem ser usadas em conjunto, em cortes simples, de tecidos fluidos e leves, nas cores verde, cor de rosa, terracota e lilás; há camisas compridas inspiradas no bordado de Maiorca; um conjunto de calções e camisa em tecido turco texturado, num padrão feito de vários sóis e ondas – “as texturas são uma clara tendência que seguimos neste ano em toda a coleção”, continua a fundadora –, além de várias minissaias com elástico lateral, feitas no mesmo tecido dos biquínis e dos fatos de banho, para poderem ser conjugadas (ou não). Com 24 peças de roupa no total, este é apenas o primeiro lançamento do ano da Cantê, que volta a dar novidades já em maio. M.C.B. Cç. Nova de São Francisco, 10, Lisboa > T. 21 014 2912 > qua-seg 11h-19h30 > Estúdio: R. Gonçalves Zarco, 2A, Lisboa > T. 21 138 0136 > ter-sex 11h-19h, sáb 10h-13h > https://cantelisboa.com/
3. Parfois
O mar e a praia podem não estar por perto, mas basta olhar para os tops e saias em tecido mesh, os colares com búzios e conchas ou a parka iridescente para perceber que a coleção Golden Hour da Parfois foi pensada para nos levar levemente pelo verão. Fundada no Porto, por Manuela Medeiros, em 1994, a Parfois expandiu-se além-fronteiras, mas é bem portuguesa, apostando na moda feminina e acessível, na descoberta de novos materiais e em silhuetas de diferentes estilos, como as que estão nas lojas, incluindo na renovada flagship store do Centro Comercial Colombo. O fato de banho de neoprene ao estilo Bond Girl, que pode ser usado com uma bolsa de cintura; a mala shopper holográfica, os óculos de acrílico e o corset com atilho nas costas, as peças de malha, crochet e rede, com aplicações de lantejoulas e missangas, assim como as saias, os tops e as calças em ganga, destacam-se entre as propostas. O verão da Parfois tem ainda um padrão com sereias e outro com um cenário de praia, e riscas marinheiras em combinações originais de cores. Lojas de norte a sul do País, ilhas incluídas > parfois.com
4. Pêra Lima
Patrícia Monteiro começa por dizer-nos que não é designer de moda. “Sou pintora, formada nas Belas-Artes, mas a minha experiência profissional foi toda na área têxtil, por isso imaginei pinturas vestíveis quando criei a Pêra Lima.” Juntou–lhes o gosto pela leitura e por histórias, criando, há cerca de um ano e meio, uma marca original de slow fashion, que não acompanha o calendário da moda mas respeita as estações do ano. Quem compra um vestido, uma blusa ou um macacão da Pêra Lima está a vestir uma história e um padrão original, inspirado pela narrativa. “Estou sempre envolvida no projeto e junto outros artistas ao processo de ilustração. No início também escrevia as histórias, agora já não.” Neste verão, a coleção Embrace vai buscar inspiração a um poema de Pablo Neruda, que fala sobre o abraço. O resultado são dois padrões leves, em que se destacam figuras envolvidas em abraços, desenhadas sobre um fundo branco. Azuis, verde, malva e traços pretos vestem as cerca de 20 peças “muito femininas, confortáveis e originais”, descreve Patrícia, produzidas num atelier em Vila do Conde, com tecido de algodão orgânico (vão começar a produzir em algodão BCI, certificação que atesta as boas práticas de produção) e restos de stock proveniente de uma fábrica portuguesa. No próximo dia 28, serão lançadas novas peças, inspiradas nas chitas portuguesas e na padeira de Aljubarrota, “num elogio às mulheres e à sua força e bravura”. peralima.net
5. Traces of Me
A inspiração étnica e multicultural é o que primeiro se destaca nas peças da Traces of Me, fundada por Teresa Martins, que é também diretora criativa da marca. Só depois nos concentramos nos pormenores diferenciadores, como os estampados exclusivos, mais ou menos intrincados, os bordados delicados e as texturas dos tecidos naturais, que Teresa cria e produz em Portugal mas também com parceiros na Índia e no Nepal. O delicado bordado botânico nas costas do bolero Trench Bloom, o estampado original do vestido Poem Bee Eater ou o design da saia Overlapp Twill, de corte assimétrico, são alguns exemplos do que a nova coleção Blossom traz para a estação primavera-verão. A estes, juntam-se malhas coloridas, vários modelos de vestidos e camisas, tops, calças e túnicas, sempre trabalhados em tecidos como a seda, o linho, a caxemira e o algodão, para serem leves, frescos e duráveis. “São peças que convidam o corpo a respirar e a movimentar-se livremente”, diz Teresa. A marca tem também uma linha de casa, com almofadas e candeeiros, desenvolvida sob os mesmos princípios. R. da Misericórdia, 102, Lisboa > T. 91 606 3983 > seg-sex 10h-14h, 15h-19h30, sáb 10h-14h, 15h-19h, dom 10h-14h, 15h-18h > tracesofmetm.com
6. Sienna

Marisa Matos começou por fazer roupa para si, mas rapidamente o hobby se transformou na Sienna. Estávamos em 2018, e o bichinho da costura que herdou das avós ajudou a avançar com o projeto. Neste verão, a marca, “pensada para mulheres confiantes”, avança com a coleção Come As You Are, feita de “peças utilitárias, muito versáteis e fáceis de usar”, diz Marisa Matos. Os novos macacões Bella, as calças Oxford, modelo adaptável a qualquer ocasião, a saia Midi Olivia ou a camisola Florence em malha, de manga comprida e corte justo, são algumas das sugestões, feitas em linho, cupro e viscose, para esta estação. “A ideia é poderem ser usadas em qualquer contexto, combináveis entre si e o que se tem no guarda-roupa”, refere.
Mas a Sienna é mais do que isto. “Criámos uma coleção de festa, que terá pequenos lançamentos ao longo do verão, com peças mais desconstruídas e que dão nas vistas”, explica. Marisa fala das mangas bufantes, imagem de marca da Sienna, dos pespontos à vista em contraste, mas também dos cortes e modelagens diferentes, em peças como o vestido Roberta, com uma manga trabalhada, ombreira e abertura na zona da clavícula. O top Isabella, com manga curta de folhos e efeito enrugado, e o regresso do Zanzi, o vestido que pode ser apertado de várias formas, criando-se decotes diferentes, prometem dar um toque especial aos visuais deste verão. siennainspo.com
7. +351
Ana Penha e Costa começou por estudar pintura, mas “não tinha paciência para esperar que as tintas secassem”, confessa. Decidiu-se pelo curso de Design Gráfico, aprendeu tudo o que podia sobre produção de vestuário e em 2014, depois de ter trabalhado no Brasil, voltou para Portugal para criar a +351 (o indicativo telefónico que ajuda a matar saudades de quem está longe). A sua formação e a sua paixão pelo surf e pela Natureza servem de inspiração para t-shirts e camisolas de manga comprida de algodão flamé, sem costuras e tingidas uma a uma, casacos, calças, calções, polos e camisas em tecido felpudo. “É uma roupa versátil, dá para usar em qualquer ocasião, desde uma ida à praia a uma saída à noite, para beber um copo”, diz. Todos os modelos são unissexo, e existem desde o tamanho XS ao XXL.
A cada estação, Ana aposta em novas cores e em novos padrões – neste verão, a coleção é bastante colorida, em tons de rosa, amarelo, verde e azul. Também haverá parcerias com outras marcas e artistas (“uma forma de ter sempre novidades, todos os meses”). Quem segue de perto a +351 gostará de saber que, no final de abril, chegarão às lojas quatro peças com os desenhos da tatuadora Espirro. I.B. R. da Boavista, 81C, Lisboa > T. 21 587 3134 > seg-dom 10h-19h > R. Anchieta, 7, Lisboa > T. 21 137 9398 > seg-sex 11h-19h, sáb-dom 10h-19h > plus351.pt
8. Paez
Há 17 anos, corria o ano de 2006, três amigos traziam de Buenos Aires os primeiros pares para Portugal. Mal sabiam eles que os portugueses iam afeiçoar-se de tal maneira às alpercatas argentinas que, um dia, a marca atravessaria o Atlântico e ganharia etiqueta nacional. A mudança deu-se durante a pandemia – desde 2022, a partir de Lisboa, controlam a produção da Paez, que ultrapassa os 100 mil pares todos os anos, distribuídos um pouco por toda a Europa. Pelo caminho, a oferta também se diversificou: às alpergatas (neste verão, com novas cores e padrões) foram juntando sandálias de tiras, mules e mocassins (em lona e em camurça, de várias cores e com sola de corda). A grande novidade da coleção deste ano são as Mary Jane. Com uma tira ajustável sobre o peito do pé, chegam em duas versões: tecido com sola trançada e veludo com sola de borracha. Todos os modelos têm agora, na sua composição, materiais reciclados, como as solas e os forros. I.B. R. da Infantaria 16, 77-A, Lisboa > T. 21 593 3537 > seg-sáb 10h-19h > Passeio dos Clérigos, R. das Carmelitas 151, Lj. J, Porto > T. 22 201 0819 > seg-sáb 10h-19h, dom e feriados 11h-19h > paez.com
9. Benedita Formosinho

As matérias-primas naturais e os tons crus são quase um requisito nas coleções desenhadas por Benedita Formosinho. “São peças intemporais, que se conjugam com o essencial do guarda–roupa, para que não sejam cansativas e se goste e se cuide delas durante vários anos”, resume a designer, uma das selecionadas para o desfile Sangue Novo na ModaLisboa em 2020. “De uma forma geral, quando olhamos para as peças, o que se vê é a sua simplicidade e os pormenores especiais de cada uma.” Esta estação, o blusão Apricot, com dois bolsos grandes exteriores e bainhas cortadas, chega em sarja de algodão não tingido. A peça mantém-se quase desde a primeira coleção da marca, mas há outros artigos que Benedita Formosinho recupera por serem intemporais, a que junta novidades para “dar uma frescura à coleção”. São disso exemplo o top Camila e a saia Lisa, um conjunto feito em tecido 100% algodão bordado, que lhes confere uma textura diferente. “Podem ser comprados em separado, mas em conjunto têm mais impacto. Normalmente, desenho peças oversize, num estilo muito descontraído. Este top é mais curto do que alguma coisa que eu já fiz, e a saia é mais ajustada, numa silhueta mais arrojada do que é costume”, explica. R. por Detrás da Guarda, 40, Setúbal > T. 91 971 8842 > seg-sex 10h-13h30, 15h30-19h > Pç. do Príncipe Real, 26, Lj. 6, Lisboa > seg-sáb 12h-20h, dom 11h-19h > https://pt.beneditaformosinho.com/