1. Omakase Ri
Japonês
Um só balcão, 7 lugares
O japonês Omakase Ri, em Alcântara, é um dos restaurantes mais pequenos de Lisboa. Um só balcão, sete lugares e um único menu de degustação, que só começa a ser servido assim que os clientes estão todos sentados (há dois turnos) para jantar. Fazendo jus ao nome, segue a filosofia omakase, isto é, “ficar nas mãos do chefe”, sendo o timoneiro o brasileiro William Vargas, que todos os dias trabalha um menu de 15 porções (€80), tal qual os restaurantes tradicionais de sushi no Japão. A oferta varia consoante a época e os fornecedores, do Mercado 31 de Janeiro e do Sul de Espanha (caso do atum-rabilho), e quase todos os peixes passam por um processo de envelhecimento, que os amacia. Esperem-se algumas peças de entrada sempre criativas, um desfile de nigiris, para comer logo que aterram no prato – a temperatura do arroz é fundamental para a experiência ser perfeita – e uma carta de sake de muita qualidade (a harmonização vale €30). R. de Alcântara, 13A > T. 91 409 4506 > ter-sáb, 19h e 21h30 (dois turnos)
2. Lota d’Ávila
Marisqueira
Dois balcões, 8 lugares cada
A barra de refeições da nova marisqueira das Avenidas Novas, de portas abertas desde outono passado, é uma espécie de antecâmara do restaurante, decorada com as típicas caixas cor de laranja das lotas, que dão nome à casa. É ali, numa enorme estrutura de inox, composta por dois balcões de oito lugares cada, que está instalada a montra de marisco. Santolas, sapateiras, mexilhões, ostras, carabineiros, amêijoas, percebes, o mostruário de matéria-prima fresca é sempre rico e variado, com origens no Algarve, Espinho e Aveiro. Como tal, quem escolhe estes bancos altos tem vista privilegiada para os cozinheiros que manuseiam e pesam os bichos e ainda os levam dali, ora para uma cozedura rápida, ora para a grelha, ora para pratos mais trabalhados, nomeadamente o lingueirão grelhado com molho de limão (€9,50) ou a paelha do mar com lavagante (€85, 2 pessoas). A barra é o sítio certo para um snack rápido, acompanhado de uma imperial fresca – há prego do lombo, claro –, mas também se presta a refeições mais demoradas. Av. Duque d’Ávila, 42 > T. 92 590 6950 > ter-qui, dom 12h30-15h30, 18h30-23h, sex-sáb 12h30-15h30, 18h30-1h
3. Corrupio
Comida portuguesa
Um balcão, 20 lugares
Grande parte da ação do Corrupio acontece ao balcão. Uma estrutura de design bonito, com 20 bancos confortáveis, um rodapé de madeira elevado, que faz toda a diferença na hora de sentar, e um painel de azulejos assinado pelo atelier Pedrita. Chamam-lhe uma obra de arte e não estão longe da verdade. Tem ilustrações de pratos, desenhos relacionados com artistas nacionais (de Vhils a Almada Negreiros), comentários aos pratos e até uns rabiscos a fazer lembrar o sempre poético efeito de uma caneta numa toalha de papel. Se dúvidas restassem, esclareça-se: o restaurante está no Cais do Sodré, mas é uma casa bem portuguesa – que outra, em Lisboa, serve canja todos os dias? –, com um menu de alma nacional e preços para lisboetas. Daniel Ferreira lidera uma equipa de três cozinheiros, responsáveis por uma lista de petiscos e pratos do Norte, Centro e Sul, feitos com técnica e bons produtos. Da salada de orelha tenra (€6) ao escabeche de codornizes do Bigodes (€9), do chicken piri-piri (€13) ao cachaço de bacalhau e couve-roxa alhada (€18), vai ser difícil escolher. R. da Moeda, 1F/G > T. 21 396 1585 > seg-dom 12h-24h
4. Come to Tricky’s
Internacional
Um balcão, 8 lugares
O restaurante da norte-americana Jenifer Duke e do chefe João Magalhães Correia tem andado nas bocas dos lisboetas. Boa cozinha, bom ambiente, vinhos naturais e uma banda sonora eclética – digna de se pedir acesso à playlist, no final. Às várias mesas espalhadas pelo espaço, juntam-se, ao fundo da sala, oito lugares ao balcão, estrategicamente virados para a cozinha, que aqui é conhecida como “chef’s counter”, explica Jenifer à VISÃO. Os pedidos são feitos à equipa da casa, mas a conversa é entabulada com os vários cozinheiros que trabalham na cozinha. E num restaurante que evita centrar-se na figura do chefe, preferindo falar e desenhar menus em nome de toda a equipa, isso vale muito. A cozinha é feita com produtos sazonais, influências de todo o mundo, em pratos modernos e com muito sabor. A carta está sempre em rotação, mas há dois nomes que já estão entre os preferidos dos comensais: língua de vaca e polvo, com acompanhamentos a mudar consoante a estação. R. da Boavista, 112 > T. 93 958 8019 > ter-sáb 19h-24h
5. Las Dos Manos
Mexicano
Um balcão, 16 lugares
Tudo aquilo que se falar daqui para a frente é para comer à mão e lambuzar-se, sem culpas. No Las Dos Manos, o novo restaurante do chefe de cozinha Kiko Martins, em frente ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, a cozinha mexicana alia-se às técnicas e aos produtos japoneses. Conhecido por servir comida do mundo, Kiko Martins aposta, agora, numa base gastronómica mexicana, em que não faltam os tacos, os aguachiles, as tostadas e as quesadillas, preparadas com katsuobushi (conserva seca de peixe), togarashi (tempero) ou yuzu (citrino). “Quem fica na barra [com 16 lugares] pode sentir o aroma da robata, ver de perto as tortilhas a serem feitas no momento e a carne a ser fatiada para os tacos Al Pastor. É a primeira fila de um espetáculo gastronómico, que vai do México ao Japão!”, resume Kiko Martins. Além de opções à carta, com preços entre os €8,60 (taco Al Pastor) e os €24,60 (aguachille de vieira e maracujá), existe um menu de degustação, composto por cinco pratos e uma sobremesa (€72,40/pessoa). R. de São Pedro de Alcântara, 59 > T. 21 589 7269 > seg-dom 12h-23h30
6. El Cebichero
Peruano
Um balcão, 6 lugares
A ementa do mais recente inquilino da Praça das Flores, aberto em meados de outubro, é dedicada à gastronomia peruana, dos ceviches aos tiraditos, não esquecendo os baos. Seja ao balcão, com seis cadeirões confortáveis e vista privilegiada para a cozinha, seja numa das oito mesas, promovem-se a partilha e o convívio. “O ideal, neste tipo de refeição, são três pessoas. Além de haver uma maior proximidade, no balcão sentimos que estamos no centro da ação. Permite-nos dar dois dedos de conversa com os cozinheiros e tirar dúvidas sobre algum prato”, salienta Duarte Cabreira, um dos sócios do El Cebichero. “Gosto de balcões, sou suspeito, até porque sou bartender”, diz o criador da carta de cocktails, em que se destaca o tradicional pisco sour (€11). Na hora de pedir, aqui ficam duas sugestões, criadas pelo chefe peruano Teófilo Quiñones: ceviche El Clandestino (€19), uma mistura de peixes e mariscos brancos com molho de coentros, e o tiradito peruano (€18), umas lâminas de peixe branco banhadas num creme cítrico de ají amarillo. Pç. das Flores, 46 > T. 96 361 1214 > qua-dom 18h-1h
7. Brilhante
Comida portuguesa e francesa
Um balcão, 26 lugares
Luís Gaspar gosta particularmente de balcões. Não é, pois, de estranhar que, em dois dos restaurantes do chefe de cozinha, estes assumam um lugar de destaque. É o caso do Brilhante, no Cais do Sodré, onde o ambiente e a decoração lembram os antigos cafés de Lisboa. Desta vez, sentamo-nos, confortavelmente, num dos 26 lugares do balcão em mármore (muito disputados aos fins de semana, fica a dica), em vez dos sofás em veludo vermelho-escuro, perto das grandes janelas. “No Brilhante, o balcão tem muita expressão e dinâmica”, diz Luís Gaspar, que comanda também o vizinho Sala de Corte (com balcão) e o Pica-Pau, no Príncipe Real. A cozinha rebaixada permite uma melhor comunicação entre clientes e equipa, e a iluminação perfeita e a própria ementa, em que não faltam os croquetes, tornam a refeição interativa. Ao bife à Brilhante, que recupera a receita clássica do bife à marrare, servido em dois cortes (vazia €22, e lombo €28), faz companhia a outros pratos da cozinha francesa, também presentes outrora em casas lisboetas, como o linguado meunière. R. da Moeda, 1G > T. 21 054 7981 > seg-dom 12h-16h, 19h-1h
8. Izakaya
Japonês
Um balcão, 17 lugares
Um restaurante com boa onda, eis o que esperar deste Izakaya, em Cascais. Tudo se passa no balcão único para 17 pessoas, iluminado por néones e à volta da cozinha, onde a brigada de cozinheiros de t-shirts ilustradas com manga respondem aos pedidos para um serviço rápido e despretensioso, ao ritmo da música alta (mas não ensurdecedora). Na ementa, há muito que escolher e depois partilhar. Katsu sando (€16) de cachaço de porco-preto em pão brioche caseiro e karashi-ko (mostarda japonesa picante); beringela gratinada com molho dengaku (€7,50); legumes grelhados com molho à base de sésamo (€15); lula com molho de manteiga (€19) e, para rematar, kakigori (€6), a sobremesa feita com gelo raspado e finalizada com xarope, popular no Japão nos meses de verão. Tudo isto é obra do chefe de cozinha Tiago Penão, de André Simões de Almeida e de José Maria Trocado – a mesma equipa que fundou o vizinho Kappo, em que a alta-cozinha japonesa se serve… ao balcão. R. do Poço Novo, 180, Cascais > T. 21 404 5106 > ter-qui 12h30-15h30, 19h-22h30, sex-sáb até às 2h
9. Aura Dim Sum
Comida chinesa
Um balcão, 11 lugares
Da Bica para Alfama, o Aura Dim Sum ganhou mais espaço para cozinhar e para sentar quem quiser deliciar-se com os tradicionais raviólis chineses, feitos à mão e com técnica. Uma tábua de madeira corrida a meio do balcão, com 11 lugares, permite que se fique sentado em cadeiras com encosto, evitando o desconforto dos bancos altos sem apoio para as costas. A carta apresenta uma variedade de dim sum dividida por modos de confeção – ao vapor, na frigideira (guo tie), fritos ou imersos em molho picante (chao shou) –, mas também baos (bolinhos fofos e recheados) e alguma comida do Vietname. Eis algumas propostas: dim sum de borrego, cogumelo shiitake, cenoura, gengibre e cebolinho (€9,50/3 unidades); wonton picante de frango do campo, coentros, gengibre e couve-chinesa (€8,50/4); bao de porco caramelizado com molho barbecue (€9,25/3), e salada de pato crocante (€11,50). Uma dica: não deixe de provar os cocktails do Living the Drink, feitos em especial para o Aura. R. das Escolas Gerais, 88A > T. 91 011 6489 > ter-sáb 12h-15h, 18h30-23h
10. Gunpowder
Comida indiana
Um balcão, 11 lugares
O Gunpowder trouxe a Lisboa uma nova abordagem à cozinha indiana. Abriu no outono, na Rua Nova da Trindade, mais conhecida como Rua Azul, pelas mãos de Harneet Baweja, como extensão de um restaurante homónimo em Londres, onde se servem receitas tradicionais das vilas costeiras entre Bombaim e Goa, no Sudoeste da Índia. Para confecioná-las, a equipa usa mariscos e peixes portugueses, trabalhados com muitas especiarias, em pratos de sabores novos para o palato dos lisboetas. Feito o prelúdio, deixamos o conselho: a melhor forma de compreender a filosofia da casa é mesmo sentar-se num dos sete lugares do balcão, com vista para a grelha, para a montra de espécies marinhas e para o trabalho de alguns dos cozinheiros da casa, as melhores pessoas para desmistificarem nomes estranhos e níveis de picante. Provem-se, por exemplo, os brócolos grelhados e mostarda de Malai (€8), as ostras do Algarve, cobertas com caril de coco e chalotas (€4), ou a santola recheada com ovos Bhurji (€11), prato habitualmente consumido por pescadores na costa indiana. R. Nova da Trindade, 13A > T. 21 822 7470 > seg-dom 12h-16h, 19h-24h