O segundo dia do VISÃO Fest, acontecimento cultural que incluiu dois workshops sobre vinhos, ficou assinalado pela estreia do Quinta da Bacalhôa Centenarium Tinto 2015. Trata-se de uma edição especial, destinada a comemorar os 100 anos da Bacalhôa Vinhos de Portugal S.A., e revelou-se um grande vinho.
Era esse, de resto, o objetivo da diretora de enologia, Filipa Tomaz da Costa, e da sua equipa, desde 2012, quando deu início ao projeto de fazer “um vinho que aliasse, ao mais alto nível, personalidade, riqueza, elegância e uma longa capacidade de envelhecimento em garrafa”. A qualidade das uvas da colheita de 2015 dava garantias de cumprir aquelas exigências, o que veio a confirmar-se em março de 2022: estava encontrado o Centenarium. É um vinho à altura do centenário e da história da ilustre casa da Bacalhôa.
O primeiro Quinta da Bacalhôa Branco surgiu no ano de 2006, na sequência de um projeto iniciado em 2000 que passou pela definição do conceito do vinho e pela escolha das castas: Sémillon e Sauvignon Blanc, da região de Graves, Bordéus; e Alvarinho, de Monção e Melgaço. Nessa altura, já o Quinta da Bacalhôa Tinto, criado muito antes, era um clássico. Agora, o branco vai pelo mesmo caminho, impondo-se pela qualidade e pelo caráter, como sucede com a colheita de 2021: vinho encorpado, elegante e muito gastronómico.
Greco di Tufo é uma casta associada à Roma Antiga, onde a consideravam afrodisíaca, mas com provável origem grega. A primeira vinha plantada em Portugal com esta casta foi na Bacalhôa, e das suas uvas se faz um varietal que merece atenção pelas suas características específicas: originalidade, raridade e caráter.
Em princípios dos anos 80 do século passado, a Bacalhôa apostou na produção de Moscatel de Setúbal, um vinho generoso de alta qualidade e, sem dúvida, o mais famoso da região. Dispondo de vinhas com a variedade Moscatel de Setúbal (também designada Moscatel-Graúdo, Moscatel de Alexandria e Moscatel de Málaga), plantadas nas colinas da Arrábida, em Azeitão, onde a casta se dá particularmente bem, a Bacalhôa impôs-se no mercado com a qualidade dos seus moscatéis. O Bacalhôa Moscatel de Setúbal Superior 10 Anos 2005 é um bom exemplo das virtudes deste vinho generoso que tem aromas e sabores únicos.
Quinta da Bacalhôa Centenarium Tinto 2015
Lote das castas Cabernet Sauvignon (75%), Merlot (15%) e Petit Verdot (10%), com estágios de 24 meses em barrica nova de carvalho francês e cinco anos em garrafa. Apresenta cor granada com laivos violáceos, aroma com boas notas de cereja e groselha, vegetal seco e especiarias, paladar cheio de vigor e ao mesmo tempo de elegância, com taninos poderosos, mas muito macios, boa estrutura, harmonia, sabor e frescura. Um vinho de categoria superior. €130
Quinta da Bacalhôa Branco 2021
Produzido com uvas das castas Sémillon (50%), Alvarinho e Sauvignon Blanc (25% cada), vinificadas separadamente, tendo uma pequena parte (7%) do mosto da Sémillon fermentado e estagiado em barricas novas de carvalho, durante seis meses. Tem cor amarela-palha com laivos esverdeados, aroma com notas frutadas, florais e de mel, paladar elegante e intenso com suave untuosidade. Pede pratos elaborados e queijos de pasta semimole a dura. €16,99
Bacalhôa Greco di Tufo Branco 2021
Exclusivamente de uvas da casta Greco di Tufo, com maceração pré-fermentativa e estágio de cinco meses sobre as borras finas. Cor amarela-citrina, aroma limpo e fresco com abundantes notas cítricas e florais sobre um fundo mineral, paladar elegante com corpo, estrutura, untuosidade e acidez em bom equilíbrio. Final longo com agradável nota de exotismo. €11,99
Bacalhôa Moscatel de Setúbal Superior 10 Anos 2005
Vinificação tradicional: fermentação parada com adição de aguardente vínica; vinho em maceração até ao fim do inverno; estágio em pequenos barris de carvalho, sujeitos a grandes amplitudes térmicas. De cor topázio dourada, tem aroma intenso, com referências de flores, frutos, mel e tostados, entre outras, paladar estupendo, sobressaindo a perfeita conjugação da acidez com a doçura e a riqueza de sabores. €19,99